Vencer o Nazi-Fascismo
Há cerca de 40 anos, por ocasião das celebrações soviéticas do Dia da Vitória, o PCP enviava uma saudação ao PCUS. Ao fazê-lo, existia a compreensão de que se estava também a «interpretar os sentimentos da classe operária, dos trabalhadores, das forças antifascistas e amantes da paz do nosso país» honrando a «contribuição decisiva do País dos Sovietes para a libertação da Humanidade do flagelo nazi-fascista.»
Aquilo que a Revolução de Outubro e a União Soviética representaram para a Humanidade, enquanto um caminho novo que passava a ser verdadeiramente definido pelos trabalhadores e os povos, sempre constituiu um perigo para o capital monopolista. Esta constatação ajuda a compreender os objectivos propagandísticos do imperialismo que procura fazer passar a ideia de que o desembarque na Normandia foi o verdadeiro prelúdio da derrota nazi, procurando apagar o contributo soviético e anos de grandes batalhas heróicas na Frente Leste.
Relembrar o papel da URSS para a derrota do nazi-fascismo exige regressar aos anos anteriores à guerra. Os soviéticos prosseguiam a política de paz, com uma diplomacia intensa, procurando isolar o inimigo principal, o fascismo e firmando os princípios de solidariedade e igualdade. Assim o foi na defesa da soberania da Etiópia, posição antagónica à postura dos países capitalistas que se juntaram a Hitler para anexar territórios da Checoslováquia.
Com o posterior desenvolvimento da Guerra e consequentes avanços das forças nazis alemãs, nunca poderá ser esquecido o compadrio e ajuda de monopólios americanos das famílias Morgan ou Rockefeller, assim como de outros grandes industriais, no financiamento da indústria pesada alemã. Quando na madrugada de 22 de Junho de 1941, a Alemanha Nazi irrompeu por terras soviéticas estava já claro que esta ofensiva não tinha apenas objectivos territoriais ou bélicos, era parte de um mais amplo ataque contra todo o povo soviético, o sistema económico socialista e os êxitos deste país.
A priorização do exército nazi-fascista da frente de leste, os objectivos genocidas e de estabelecimento de colonatos deixou a União Soviética numa posição existencial em que só através da sua luta, profundamente articulada com a resistência antifascista por todo o mundo, poderia garantir o futuro da sua pátria, assim como o de toda a Humanidade. Foi numa altura em que as vitórias alemãs os faziam galgar terreno, açambarcando recursos materiais dos países ocupados, que se mostrou tão determinante a heróica entrega do povo, resistindo, assim como o papel da planificação e organização socialista para os esforços de guerra.
Desde a deslocação de milhares de grandes fábricas para os Urais e a Sibéria às inovações necessárias para a produção de material bélico, ficaram uma vez mais patentes as capacidades do Estado Soviético, casa do povo que enfrentou sem medo a besta fascista que tudo fez para o exterminar.
Enorme foi o contributo de todo o povo soviético, com dádivas de sangue que salvaram a vida a milhares de soldados, na preparação de hospitais improvisados, a mobilização da produção agrícola para a frente da guerra ou, até, com os concertos realizados por artistas nos momentos curtos de descanso dos soldados. Ao contrário da propaganda, se não fossem tão avassaladora a confiança e o compromisso dos soviéticos com a sua pátria e o socialismo, tudo teria sido muito diferente.
No plano militar é sempre importante lembrar que foram as vitórias em Moscovo, Estalinegrado, Leningrado ou Kursk que alteraram o rumo dos acontecimentos. E, num dos mais heróicos sacrifícios de sempre - mais de 20 milhões de soviéticos morreram nesta guerra - permitiu a derrota de mais de 600 divisões nazis, assim como o processo libertador subsequente.
Lembrar o papel da União Soviética na derrota do nazi-fascismo é lembrar os avanços do sistema socialista e de um povo profundamente confiante no seu sucesso. Foram os soviéticos que destruíram o mito da invencibilidade alemã, que, com a resistência antifascista e o contributo dos Aliados, viraram uma nova página no livro da História.
Uma luta que hoje prossegue em Portugal e pelo mundo, pelo progresso social, pela cooperação entre os povos e pela paz.