Votar a pensar em quem ainda não pode votar

Margarida Botelho

Em Portugal existem cerca de 1 milhão e 700 mil pessoas que ainda não têm direito de voto. Têm entre os 0 e os 18 anos. Não são “menores” – são seres humanos de corpo inteiro, cidadãos a quem a Constituição da República atribui direitos e a necessidade de uma protecção especial. Não são o “futuro” do País: são o presente e têm necessidades que precisam de ser respondidas hoje.

São muita coisa – filhos, irmãos, netos, alunos, utentes, amigos – mas não são um “eleitorado” e talvez isso explique em parte a ausência de referência aos direitos das crianças ou de preocupação com o seu desenvolvimento. Excepção feita à CDU.

As crianças não votam, mas podemos nós, maiores de 18 anos, votar a pensar nelas. Votar em quem propõe uma rede pública de creches, universal, pública, integrada no sistema educativo – uma medida que faz mais pelo desenvolvimento integral das crianças, pela fixação de jovens no País, pela qualificação da população, do que cem IRS Jovens. Votar em quem defende a escola pública e lhe atribui os meios materiais e humanos que lhe permitam cumprir a sua missão: formar cidadãos activos, cultos, confiantes, capazes de pensar e agir por si próprios. Votar em quem defende o Serviço Nacional de Saúde, em quem atribui a cada criança médico e enfermeiro de família que acompanhem o seu desenvolvimento desde a barriga da mãe e assegurem o acesso às especialidades necessárias. Votar em quem defende a universalidade dos abonos de família. Votar em quem cria condições às famílias para assumirem o seu papel junto das crianças: com a valorização dos salários e das carreiras, o combate à precariedade, a redução dos horários de trabalho e o combate à sua desregulação, o respeito dos direitos de maternidade e paternidade. Votar em quem protege o direito das crianças à habitação. Votar em quem reconhece às crianças o direito a brincar, a ter tempo livre, a conviver, ao desporto, à cultura, à natureza, ao espaço público, à participação. Quem verdadeiramente queira votar pelos direitos das crianças, dos adolescentes e dos jovens só pode votar CDU.

 



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