Situação catastrófica na Faixa de Gaza: EUA vetam resolução da ONU

Evidenciando uma vez mais a sua cumplicidade e apoio à política criminosa de Israel, os EUA vetaram, no dia 4, no Conselho de Segurança da ONU, uma resolução sobre a Faixa de Gaza que exigia um cessar-fogo, a libertação de detidos e o levantamento das restrições impostas à entrada e distribuição da ajuda humanitária.

Há registo de mais de 180 mil mortos e feridos na Faixa de Gaza desde o começo da agressão israelita em Outubro de 2023

A proposta foi apresentada por Argélia, Dinamarca, Grécia, Guiana, Paquistão, Panamá, República da Coreia (Sul), Serra Leoa, Eslovénia e Somália, que expressaram a sua «grave preocupação pela catastrófica situação humanitária» na Faixa de Gaza, incluindo o risco de fome, e pelos últimos acontecimentos no território. Os dez Estados membros do Conselho de Segurança da ONU que apoiaram a resolução reafirmaram, ainda, que todas as partes devem cumprir as suas obrigações no quadro do direito internacional.

O embaixador da Eslovénia junto das Nações Unidas, Samuel Zbogar, que apresentou a proposta de resolução em nome dos 10 membros não permanentes, enfatizou que o Conselho de Segurança «deve actuar com urgência e decisão para abordar a situação humanitária em Gaza», em conformidade com o seu mandato de manter a paz e a segurança internacionais.

Em pleno genocídio de Israel contra o povo palestiniano, o responsável pelo auxílio humanitário da ONU, denunciou que no território, nos últimos dias, há palestinianos que são alvejados, feridos ou assassinados «quando, simplesmente, tentam comer». Informou que equipas médicas de emergência confirmaram ter tratado de centenas de «casos traumáticos» e sublinhou que «este é o resultado de uma série de decisões deliberadas que privaram sistematicamente dois milhões de pessoas do essencial para sobreviver».

«Cobertura política, militar e financeira»
As autoridades na Faixa de Gaza acusaram Israel de levar a cabo um genocídio e de provocar uma catástrofe humanitária nesse território e defenderam o papel fundamental da ONU na distribuição de ajuda humanitária.

«Face à catástrofe humanitária sem precedentes, como resultado de uma política de fome sistemática e genocídio, queremos destacar a importância que desempenham as Nações Unidas e as suas agências especializadas na entrega e transferência de ajuda humanitária em Gaza», salientou o gabinete de imprensa das autoridades na Faixa de Gaza.

A entidade assinalou que a ONU é «o organismo internacional oficial com legitimidade jurídica e capacidade operacional» e recordou que trabalha desde há mais de meio século com os refugiados palestinianos para garantir os seus direitos humanos básicos.

Este gabinete criticou o mecanismo criado pelos israelitas e os EUA para alegadamente distribuir ajuda no território, mecanismo que considera ser politizado e caracterizar-se pela sua falta de transparência, pela sua parcialidade e por violar os padrões mais básicos de justiça e dignidade.

As autoridades na Faixa de Gaza responsabilizaram o governo iaraelita pela catástrofe humanitária em Gaza e acusaram os EUA de dar ao seu aliado «cobertura política, militar e financeira», denunciando que Washington é um parceiro chave no crime de fome massiva perpetrado contra mais de dois milhões de civis palestinianos, em flagrante violação do direito internacional humanitário.

Acto de pirataria
Israel capturou, na noite de domingo, o navio Madleen, da Flotilha da Liberdade, que pretendia chegar à Faixa de Gaza com ajuda humanitária urgente. A operação militar israelita ocorreu em águas internacionais, sendo por isso ilegal.

A bordo do navio viajavam 12 activistas de vários países, entre os quais a jovem sueca Greta Thunberg.

O veleiro de pavilhão inglês partiu de Itália a 1 de Junho com o objectivo de «quebrar o bloqueio israelita» a este território palestiniano. Os tripulantes pretendiam entregar uma quantidade simbólica de alimentos e, sobretudo, chamar a atenção para a grave crise humanitária que se vive na Faixa de Gaza.

Pelo menos 54 772 palestinianos foram mortos e quase 126 mil ficaram feridos desde o inicio da brutal agressão israelita em Outubro de 2023.

 



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