Parlamento israelita procura expulsar deputado do Hadash

Em Israel, membros do Knesset (parlamento) estão a tentar expulsar o deputado Ayman Odeh, líder parlamentar da Frente Democrática para a Paz e a Igualdade (Hadash). O Partido Comunista de Israel (PCI), que integra a frente, informou que, no dia 30 de Junho, uma comissão parlamentar votou a favor da expulsão de Odeh, acusado de declarações favoráveis à libertação de presos palestinianos das prisões de Israel.

Esta inaceitável intenção terá agora de ser confirmada pelo plenário do Knesset, que votará no próximo dia 14 a proposta de destituição. Se pelo menos 90 dos 120 deputados votarem a favor, Odeh será expulso do parlamento. Mas, nesse caso, poderá ainda recorrer para o Supremo Tribunal.

O PCI, totalmente solidário com Odeh, alerta que a perda de mandato é um cenário possível, dada «a ideologia racista e opressiva» da maioria dos deputados do actual Knesset. Em Fevereiro do ano passado, o mesmo procedimento foi activado contra o deputado Ofer Cassif, mas “apenas” 86 parlamentares votaram pela expulsão, não tendo atingido o mínimo necessário.

Para o PCI, esta é uma batalha pela representação dos cidadãos de origem palestiniana em Israel, uma batalha pelo que resta de democracia neste sistema que se transformou numa ditadura parlamentar de direita, que constitui apenas uma das facetas das práticas fascistas crescentes de Israel nos últimos anos contra a esquerda e os cidadãos de origem palestiniana de Israel, sem esquecer o que testemunhamos na Faixa de Gaza a cada minuto dos últimos 21 meses.

Para os comunistas e outras forças progressistas israelitas, a intenção de expulsar Odeh é uma evidência clara e directa da campanha politicamente motivada para deslegitimar e eliminar a representação de origem palestiniana do parlamento israelita.

Em Novembro de 2024, Odeh foi retirado à força do Knesset após acusar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ser um «assassino em série da paz». Em Maio deste ano, o mesmo deputado do Hadash condenou o o genocídio levado a cabo por Israel na Faixa de Gaza e afirmou que, após a morte de 53 mil habitantes do território, bem como da destruição de universidades e hospitais, «não há vitória política».

Mais recentemente, e a propósito da medida repressiva de que é alvo, Odeh afirmou: «Isto é uma medida fascista e racista, apoiada pela coligação governamental e muita da oposição. A luta é entre a igualdade e a supremacia judia e nós nunca desistiremos desse combate». Denunciou: «Eles querem rotular como extremista o nosso apelo por igualdade, paz e justiça, mas na verdade é a posição mais justa e humana do mundo». E avisou: «Não recuaremos. Permaneceremos firmes, por todos nós, judeus e palestinianos. Porque hoje sou eu e amanhã sois vós».

 



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