Estudantes unidos contra a política do Governo

Protestos em todo o País

Os estudantes do ensino básico e secundário manifestaram-se, no dia 10 de Novembro, em vários pontos do País para reivindicar o fim dos exames nacionais, manuais gratuitos, um novo Estatuto do Aluno e a aplicação da Educação Sexual nas escolas.

 

Governo corta 12 por cento na educação

Image 6123

Os alunos saíram à rua em Faro, Beja, Serpa, Arraiolos, Vendas Novas, Reguengos, Évora, Vila Viçosa, Lisboa, Torres Vedras, Sintra, Torres Novas, Entroncamento, Seia, Aveiro, Coimbra, Cantanhede, Figueira da Foz, Porto, Matosinhos, Ermesinde, Braga, Esposende, Valença, Almada, Barreiro, Moita, Setúbal, Seixal, Niza, Caminha, Portalegre e Ponte Sôr.

Em declarações ao Avante!, Pedro Carruna e Luís Encarnação, da Delegação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Secundário e Básico, promotora do protesto, valorizaram as centenas de acções de luta em dezenas de localidades e concelhos, onde os estudantes mostraram que lutam e continuarão a lutar por uma escola pública, gratuita, de qualidade e democrática para todos. «Este protesto foi uma grande resposta a todas as ofensivas levadas a cabo pelos sucessivos governos», afirmou Luís Encarnação, lembrando que «as "coisas" nunca estiveram tão más como agora».

Referia-se, por exemplo, ao Estatuto do Aluno, que apesar da vitória dos estudantes com a alteração do regime de faltas, foi agravada pelo Governo, aumentando os poderes do director e diminuindo a participação dos estudantes na vida democrática da escola.

As críticas estendem-se ainda à diminuição, de 12 por cento, do investimento do Estado na educação, situação que se vai «repercutir na vida dos estudantes a todos os níveis». Outra das bandeiras de luta dos estudantes, para além da gratuitidade dos livros escolares, é a implementação da Educação Sexual nas escolas, que, por falta de verbas, «não têm capacidade económica» para dar esta disciplina, uma vez que teriam que contratar pessoal especializado, nomeadamente psicólogos.

Por seu lado, Pedro Carruna denunciou a cada vez maior degradação das escolas, assim como a falta de professores e de funcionários. «Na minha escola, por exemplo, para a biblioteca funcionar como deve ser o bar tem de encerrar, porque os funcionários têm que andar de um lado para o outro», criticou. Outro dos, muitos, problemas, acrescentou, são os exames nacionais, «uma barreira» à entrada no ensino superior, assim como a privatização dos serviços das escolas, que levam ao aumento dos preços, e o corte, em 2011, nos passes sociais.

Mas a luta dos estudantes não se ficou por aqui. «Continuam a circular abaixo-assinados por problemas específicos nas escolas e estão a ser marcadas reuniões gerais de alunos. Os estudantes não se vão ficar por estes protestos e vão continuar a lutar até verem os seus problemas resolvidos», prometeu Pedro Carruna. «Isto faz parte de um processo, até à próxima luta», acrescentou Luís Encarnação.

 

Luta pela paz

Image 6124

 

Esta acção contou com a solidariedade da JCP que, em nota de imprensa, reafirmou que «o único caminho para transformar a escola que temos é a continuação da luta» e apelou a todos os estudantes que «não se resignem e que se organizem contra esta política» de direita seguida pelos sucessivos governos de direita, onde está incluído o PS.

O dia 10 de Novembro ficou ainda marcado pelas comemorações dos 31 anos de vida da JCP, sempre ao lado dos anseios e aspirações da juventude, e dos 65 anos da Federação Mundial da Juventude Democrática, «em torno da luta pela paz e pela solidariedade entre povos, em torno dos anseios da juventude por um mundo de paz, sem guerra, pela liberdade de expressão dos povos e dos seus jovens, combatendo o imperialismo». «Este dia de luta nacional dos estudantes do ensino básico e secundário, ganha ainda maior importância quando estamos a caminho do 17.º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, a realizar em Dezembro, na África do Sul», salienta a JCP.

 



Mais artigos de: Nacional

«NATO inimiga dos povos»

O Conselho Português para a Paz e Cooperação promove, amanhã, em Almada, um Encontro Internacional que contará com representantes do movimento da paz de vários países.

Só a luta é o caminho!

Da responsabilidade política do PS e do PSD, sempre convergentes na imposição de mais sacrifícios para os trabalhadores e para o povo, o Orçamento do Estado para 2011 vai trazer, segundo alerta a JCP, mais «estagnação económica» e «retrocesso...

Ofensiva contra os direitos dos povos

Depois da tentativa, falhada, de ilegalização da União da Juventude Comunista Checa (KSM), travada pela luta da juventude checa e pela solidariedade de milhares de pessoas e organizações de todo o mundo, regista-se agora uma nova tentativa de anulação, física e...

Superior contra o Processo de Bolonha

Os estudante do ensino superior tinham agendada uma manifestação ontem, quarta-feira, em Lisboa, do Marquês de Pombal até à Assembleia da República, para exigir a retirada do Processo de Bolonha e uma gestão democrática, com a retirada do novo Regime Jurídico...

«Participação das Mulheres na Vida Pública»

O Núcleo do Porto do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) promoveu, sábado, no Clube Literário do Porto, um Seminário Internacional com o tema «Trajectórias Profissionais? Participação das Mulheres na Vida Pública»,...

Repor o caminho de progresso

Passado um ano sobre a tomada de posse do executivo PS na Câmara da Marinha Grande, a realidade do concelho põe a nu as fragilidades da gestão autárquica actual.

Cortes na cultura

A Plataforma das Artes, reunida em assembleia, sábado, no Teatro S. Luís, decidiu não aceitar «o corte de 23 por cento nos apoios às artes», «o Orçamento de Estado para 2011, pela sua parcela irrisória para a cultura» e a...