O Núcleo do Porto do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) promoveu, sábado, no Clube Literário do Porto, um Seminário Internacional com o tema «Trajectórias Profissionais? Participação das Mulheres na Vida Pública», um projecto que já dura há dois anos, financiado pelo QREN/CIG.

Márcia Oliveira, coordenadora do projecto, fez um balanço, ainda não definitivo, de todas as acções junto de trabalhadoras de vários sectores profissionais, das acções com mulheres eleitas nas autarquias locais ou moradoras em bairros de vários concelhos da região do Porto, e através dos contactos com mulheres da cultura e das artes. Assim, salientou, «o MDM tem hoje a noção clara de que é o trabalho, e as condições em que é feito, que determina a vida das mulheres, seja no seu trajecto profissional e da carreira, seja na vida familiar e na vida cívica e política». Outra conclusão importante é que «a participação das mulheres trabalhadoras na vida pública é determinada pelo tipo de trabalho e contrato que as vincula, mas, muito mais significante, também pelos horários de trabalho». 

Esta iniciativa contou ainda com a intervenção de Ilda Figueiredo, deputado do PCP no Parlamento Europeu, de Isabel Vilalba, responsável da Secretaria das Mulheres do Sindicato Labrego Galego, de Milena Fiore, da Associação de Mulheres da Região Mediterrânea (Itália), Ana Gonçalves, da Associação de Mulheres Agricultoras e Rurais Portuguesas, e Regina Marques, dirigente do MDM, que, em jeito de conclusão, salientou que «as discriminações persistentes que se acentuam sobre as mulheres, a precariedade e a instabilidade devem ser vistas à luz do contexto histórico-político actual, nacional e internacional e muitas delas são resultado das políticas económicas e sociais dos governos de hoje». Falaram ainda Bruno Monteiro e Carina Novais, sociólogos da equipa de investigação do projecto.