Militares e polícias em protesto

As­so­ci­ando-se ao amplo re­púdio de mi­lhões de tra­ba­lha­dores por­tu­gueses na Greve Geral, mais de 200 mi­li­tares fi­li­ados na As­so­ci­ação de Praças (AP) e na As­so­ci­ação Na­ci­onal de Sar­gentos (ANS) cum­priram, dia 23, junto à re­si­dência ofi­cial do pri­meiro-mi­nistro, uma vi­gília de pro­testo, na qual apro­varam, por una­ni­mi­dade uma moção que, pos­te­ri­or­mente, foi en­tregue na sede do Exe­cu­tivo.

No texto, os mi­li­tares sa­li­entam que as me­didas do Go­verno co­locam em causa a co­esão so­cial das Forças Ar­madas.

À re­ti­rada efec­tiva de ven­ci­mento, acresce o in­cum­pri­mento de de­zenas de di­plomas le­gais – o que, para além de um aten­tado à de­mo­cracia, pro­vocou o acu­mular de uma dí­vida de mil mi­lhões de euros –, a de­gra­dação das con­di­ções so­ciais e o con­tínuo des­res­peito pelas com­pe­tên­cias con­sa­gradas às as­so­ci­a­ções pro­fis­si­o­nais, ar­re­dando-as da to­mada de de­ci­sões es­tru­tu­rantes sobre ma­té­rias de foro so­ci­o­pro­fis­si­onal.

Im­pos­si­bi­li­tados de cum­prir greve, no dia 24, os mi­li­tares cum­priram a ori­en­tação da AP e ANS e per­ma­ne­ceram até mais tarde nos quar­téis, as­si­tindo sim­bo­li­ca­mente em pro­testo ao ar­rear da ban­deira na­ci­onal.

Já as es­tru­turas in­te­gradas na Co­missão Co­or­de­na­dora Per­ma­nente dos Sin­di­catos e As­so­ci­a­ções dos Pro­fis­si­o­nais das Forças e Ser­viços de Se­gu­rança (CCP) adop­taram formas de luta di­fe­ren­ci­adas entre os dias 19 e 24, ins­tando os pro­fis­si­o­nais a cum­prir pa­ra­li­sa­ções, greves de zelo e con­dutas mais pe­da­gó­gicas e pre­ven­tivas nas fis­ca­li­za­ções.



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