«Informações»
Foi notícia de primeira página – e está a ser o escândalo da semana - que o presidente do Banco Comercial Português (BCP), Carlos Santos Ferreira, propôs à administração norte-americana fornecer-lhe informações sobre as actividades financeiras do Irão, a troco de os EUA não penalizarem o banco português por este querer negociar com o regime dos «ayatollahs». A conversa decorreu em Fevereiro passado entre o «número um» do maior banco privado português e a conselheira política e económica da embaixada dos EUA em Lisboa, tendo o presidente do BCP oferecido aos norte-americanos o controle das contas iranianas no Millenium.
Esta escandaleira – e este crime, pois a divulgação das relações com clientes é liminarmente considerada crime – foi de imediato objecto de desmentidos generalizados, a começar em Carlos Santos Ferreira e concluindo no Governo de José Sócrates, ele próprio também referenciado como estando a par destas «diligências» do presidente do BCP.
Acrescente-se que estas «novidades» foram apresentadas inicialmente pelo diário espanhol El País que, por seu lado, cita documentação divulgada pelo famoso site do WikiLeaks, o tal que se especializou a divulgar mensagens secretas trocadas entre a administração norte-americana e as suas embaixadas no mundo. É claro que este assunto vai fazer correr muita tinta, mas anote-se, para já, um pormenor: entre os já muitos e distintos visados na exposição de documentos secretos feita pelo WikiLeaks – dos Obama aos Sarkozy, passando pelo próprio Departamento de Estado dos EUA -, o Governo de José Sócrates e Carlos Santos Ferreira foram os únicos que se atreveram a desmentir frontalmente as informações reproduzidas. Não há dúvida: isto é realmente malta de barba rija...
Aumentos
Também foi notícia esta semana que o preço do gasóleo, em Portugal, atingiu o preço mais alto em dois anos. A justificação aponta baterias ao Inverno, acusando-se o frio de ser o responsável pelo aumento do consumo de combustíveis na Europa e, decorrentemente, dos preços ao consumidor. Portanto, preparem-se para a continuação da «pressão sobre os preços» justificada pela persistência do frio e derivados.
Em Portugal, apesar do clima mais benigno que na maioria da Europa, os preços «actualizaram-se» de imediato, porque os nossos vendedores de combustível nunca se esquecem de subir preços quando surge novo pretexto.
Só nunca se lembram de os descer, mesmo quando os preços de mercado descem. E ninguém os põe na ordem, evidentemente...
Juros
Já está prometido: os juros vão aumentar no próximo ano. Quem o garante são as instituições bancárias, evidentemente, que avançam já as percentagens das subidas, umas décimas aqui, mais umas décimas ali e vai tudo raso, dos empréstimos para habitação ou consumo, até aos cartões de crédito.
A especialidade dos bancos é, mesmo, pedir: primeiro, pediram ao Estado balúrdios públicos para lhes taparem os desastres de gestão, agora pedem aos clientes «mais umas décimas», para aumentar os seus balúrdios privados.