Leiria, Santarém, Faro - Greve e protestos vencem ameaças
Os trabalhadores do distrito de Santarém contribuíram para o sucesso da greve geral, tendo provocado o encerramento de muitas dezenas de escolas e infantários. Houve participações superiores a 80 por cento nas câmaras e freguesias e acima dos 60 por cento nos hospitais distritais.
Com grande adesão nas IPSS, que apenas cumpriram serviços mínimos, houve paragens da produção em empresas privadas como a Mitsubishi e Robert Bosch (Abrantes), Papel do Prado (Tomar) e Olimar (Alcanena), entre outras. Muitas lojas da EDP estiveram fechadas e nos transportes Barraqueiro, Ribatejana e Rodoviária do Tejo a adesão superou os 80 por cento. Em Torres Novas e no Entroncamento, a população cortou a via férrea, de manhã, obrigando à paragem de comboios e provocando atrasos nas ligações.
À tarde, houve concentrações em Santarém, Benavente, Tramagal e Torres Novas.
No dia seguinte, 100 utentes do concelho de Salvaterra de Magos reclamaram, em Almeirim, a reabertura dos centros de Saúde de Granho e Muje.
No distrito de Leiria, a participação nos CTT rondou os 90 por cento na distribuição e balcões, enquanto os serviços municipais de Peniche, Nazaré e Marinha Grande estiveram praticamente parados, à semelhança de muitos outros serviços públicos. Com escolas básicas e secundárias encerradas, também se registaram significativas perturbações e encerramentos em serviços tributários, tribunais e repartições da Segurança Social.
Dos 300 barcos do porto de pesca de Peniche, apenas saíram ao mar 35. Ainda no sector privado, destacou-se a adesão a 80 por cento na Portucel, em Leiria, nas metalúrgicas Bollinghaus, na Marinha Grande, e Hospiarte, no Bombarral (97 por cento). Nas Conservas Ramirez, a participação foi na ordem dos 80 por cento.
Uma concentração teve lugar, à tarde, na Marinha Grande.
No Algarve, foram muito elevadas as adesões na recolha de lixo, na administração local, e na generalidade dos serviços públicos de Saúde, Educação, Justiça e na CGD, mas também em portos, lotas, no aeroporto de Faro e no sector ferroviário. À tarde, juntando-se aos trabalhadores em greve, desempregados e pensionistas concentraram-se em Vila Real de Santo António, Faro, Portimão e Lagos.
Na Escola João de Deus, a adesão de contratados a prazo venceu ameaças de cortes de férias no Natal e outras, enquanto na EVA Transportes a administração alterou escalas e horários para evitar os piquetes e pressionar os trabalhadores.
No dia 25, as populações efectuaram uma acção pela construção da rotunda de Pêra, no local, e repudiaram a introdução de portagens na Via do Infante.