Desemprego disparou em 2011

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística/INE resultantes do Inquérito ao Emprego do quarto trimestre de 2011 revelam, para o PCP, uma «subida impressionante do desemprego» e uma «queda enorme no emprego». Numa nota do seu Gabinente de Imprensa emitida no dia 16, o PCP salienta que «não há memória de queda tão abrupta no emprego e de subida do desemprego entre dois trimestres consecutivos».

Segundo revelou o INE, a taxa de desemprego em sentido restrito registada é de 14 por cento, o que corresponde a 771 mil desempregados. Já em sentido lato (isto é, incluindo o subemprego visível e os inactivos disponíveis), a taxa desemprego aumenta para os 20,3 por cento, o que corresponde a mais de um milhão e cento e sessenta mil desempregados. Em termos médios anuais, acrescenta ainda o INE, a taxa de desemprego em sentido restrito fixou-se nos 12,7 por cento, o que corresponde a 706,1 mil desempregados. Já em sentido lato, a taxa de desemprego média anual em 2011 foi já de 18,4 por cento.

Neste mesmo período, o número de trabalhadores considerados desempregados em sentido restrito aumentou em 81 400 e a queda do emprego foi de 118 300. Se adicionarmos a isto o número de trabalhadores que perderam o seu emprego no quarto trimestre de 2011, a subida dos inactivos neste mesmo trimestre, incluindo aqui os trabalhadores que caíram no desemprego e que desistiram de procurar emprego, concluímos que a subida real do desemprego só neste último trimestre deve ter ficado próximo de 124 mil.

Analisando os dados disponíveis por grupo etário e região, destaca-se a taxa de desemprego entre os jovens, de 35,4 por cento, e nas regiões do Algarve (17,5 por cento), Açores (15,1 por cento), Lisboa (14,7 por cento) e Madeira (14,3 por cento). Das muitas quebras no emprego registadas, salienta-se a perda de mais de 33 mil empregos na indústria transformadora, de 26 mil na agricultura, de quase 23 mil na construção civil, de quase 12 mil no comércio e de 11 no sector do alojamento e restauração.

O PCP salienta ainda, no seu comunicado, que a evolução da taxa de desemprego nos vários trimestres do ano (respectivamente de 12,4, 12,1, 12,4 e 14 por cento) supera todas as estimativas apresentadas quer pelo Governo quer pelo FMI, Comissão Europeia e OCDE.

Para os comunistas, esta situação «alarmante e insustentável» confirma o «rumo de desastre que a política do Governo e o pacto de agressão estão a impor aos trabalhadores, ao povo e ao País». E torna ainda mais urgente e imperiosa a «ruptura com esta política, a rejeição deste pacto e a construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda».



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