Forte adesão na Península de Setúbal

Grande jornada de denúncia e de combate

Em muitas in­dús­trias a adesão foi su­pe­rior à da úl­tima greve geral

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Os tra­ba­lha­dores da Pe­nín­sula de Se­túbal vol­taram a de­mons­trar uma grande com­ba­ti­vi­dade e de­ter­mi­nação, ade­rindo de forma mas­siva à greve geral con­vo­cada pela CGTP-IN para a pas­sada quinta-feira, dia 22. Nesse dia, como aliás há muito é apa­nágio na re­gião, os tra­ba­lha­dores er­gueram uma grande greve, vol­tando a gritar pre­sente! quando se tratou de dar com­bate à ex­plo­ração e às in­jus­tiças e de pro­jectar no fu­turo a luta por um País mais justo e de­sen­vol­vido.

Ainda na noite de dia 21 co­meçou a ficar claro que se es­tava pe­rante uma forte res­posta dos tra­ba­lha­dores ao apelo da CGTP-IN. Nos con­ce­lhos da Pe­nín­sula não se ouviu o ha­bi­tual ruído noc­turno das car­ri­nhas de re­colha de re­sí­duos só­lidos e nos ter­mi­nais de trans­porte pú­blico, pra­ti­ca­mente va­zios, os pas­sa­geiros foram subs­ti­tuídos pelos mem­bros dos pi­quetes de greve, com os seus co­letes ver­me­lhos. Em muitas in­dús­trias, a adesão ve­ri­fi­cada nos turnos da noite re­do­brava a con­fi­ança de que se es­tava a re­a­lizar mais uma im­por­tante jor­nada de luta.

Quando che­gavam aos pi­quetes de greve as in­for­ma­ções sobre as ade­sões nou­tras em­presas e sec­tores, o en­tu­si­asmo subs­ti­tuía o frio e o can­saço que por al­guns mo­mentos le­vavam a me­lhor. Numa greve geral ne­nhum tra­ba­lhador está só e esta voltou a de­mons­trar isso mesmo. Também os se­cre­tá­rios-ge­rais do PCP e da CGTP-IN, bem como os de­pu­tados co­mu­nistas eleitos pelo dis­trito, fi­zeram questão de se so­li­da­rizar com os pi­quetes de greve, vi­si­tando muitos deles.

Numa pri­meira aná­lise aos im­pactos da greve na re­gião, o Exe­cu­tivo da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Se­túbal do PCP emitiu um co­mu­ni­cado no final da tarde do pró­prio dia 22 onde sa­li­enta ter-se tra­tado de uma «grande acção de de­núncia e com­bate contra o pacto de agressão que PS, PSD, CDS, FMI, UE e BCE querem impor ao País». Os co­mu­nistas des­ta­caram ainda o quadro em que se re­a­lizou a greve, mar­cado pelo em­po­bre­ci­mento geral do País, pelo enorme cres­ci­mento do de­sem­prego e da pre­ca­ri­e­dade e pelo si­len­ci­a­mento e ma­ni­pu­lação sobre os mo­tivos e am­pli­tude da greve.

No pró­prio dia da greve, acres­cen­tavam ainda os co­mu­nistas, houve que en­frentar a pre­sença de forças po­li­ciais em vá­rios pi­quetes, a «es­can­da­losa pressão» de che­fias e ad­mi­nis­tra­ções e a subs­ti­tuição ilegal de tra­ba­lha­dores. «Tudo foi ten­tado para in­ti­midar», acusou o PCP.

 

Grande adesão nos trans­portes e na in­dús­tria

 

Ava­li­ando os ín­dices de par­ti­ci­pação na greve, o PCP des­taca a «ge­ne­ra­li­dade dos trans­portes pú­blicos pa­ra­li­sados». Nas tra­ves­sias flu­viais do Tejo – So­flusa e Trans­tejo –, foram su­pri­midas cerca de cem cir­cu­la­ções; na linha do Sado da CP cir­cu­laram apenas os com­boios es­ca­lados para os «ser­viços mí­nimos», e mesmo estes com grandes atrasos; a CP Carga es­teve «to­tal­mente pa­ra­li­sada» e nos Trans­portes Sul do Tejo a adesão foi su­pe­rior a 70 por cento.

No Metro Trans­portes do Sul, a adesão, a rondar os 75 por cento, foi a maior de sempre na em­presa. Ao Avante!, um ele­mento que in­te­grou o pi­quete contou que este foi fun­da­mental para que a adesão ti­vesse sido tão ele­vada, ao con­se­guir es­cla­recer muitos tra­ba­lha­dores da im­por­tância de­ci­siva da sua adesão e con­vencê-los a não pegar ao tra­balho quando es­tavam prontos para isso. Isto é ainda mais sig­ni­fi­ca­tivo sa­bendo que nesta em­presa reina a pre­ca­ri­e­dade.

Também na in­dús­tria trans­for­ma­dora se re­gis­taram ele­vadas ade­sões o que, para o PCP, re­vela o «des­con­ten­ta­mento dos tra­ba­lha­dores». Em muitas em­presas não houve pro­dução, como su­cedeu na Lis­nave, na Par­malat, na Vis­teon, na Mul­ti­auto, na Ro­diato, na Tan­quipor, na Cavan ou na Ci­tröen, en­quanto que muitas ou­tras so­freram per­tur­ba­ções na pro­dução. No Ar­senal do Al­feite, a adesão foi de 85 por cento. No dia se­guinte, estes tra­ba­lha­dores vol­taram à rua para uma con­cen­tração junto ao portão em de­fesa dos postos de tra­balho.

Em de­cla­ra­ções à im­prensa no pró­prio dia 22, o co­or­de­nador da União de Sin­di­catos de Se­túbal (USS/​CGTP-IN), Luís Leitão, con­si­derou que a adesão no dis­trito es­taria a «su­perar al­gumas ex­pec­ta­tivas», sendo mesmo su­pe­rior à re­gis­tada na úl­tima greve geral em al­gumas em­presas do sector pri­vado.

 

Ad­mi­nis­tração pú­blica deu forte res­posta

 

A ad­mi­nis­tração local es­teve pra­ti­ca­mente pa­rada, com ade­sões a rondar os 90 e os 100 por cento nas câ­maras e juntas de fre­guesia da Pe­nín­sula. Muitos ser­viços es­ti­veram en­cer­rados, não houve re­colha de re­sí­duos só­lidos ur­banos e a mai­oria dos mer­cados mu­ni­ci­pais es­ti­veram fe­chados. Na Amarsul e na Si­marsul ve­ri­ficou-se ade­sões sig­ni­fi­ca­tivas, na ordem dos 70 e 60 por cento, res­pec­ti­va­mente.

«Forte» foi também a par­ti­ci­pação na greve geral dos tra­ba­lha­dores da ad­mi­nis­tração cen­tral. Os co­mu­nistas des­tacam prin­ci­pal­mente o sector da Saúde, re­al­çando que nos hos­pi­tais e cen­tros de saúde da re­gião se re­gistou uma «forte adesão, par­ti­cu­lar­mente nos en­fer­meiros, com ade­sões em todos os hos­pi­tais entre 85 e 100 por cento».

Também no Li­toral Alen­te­jano, a greve geral se fez sentir em toda a ad­mi­nis­tração pú­blica cen­tral e local, com sig­ni­fi­ca­tivas ade­sões.

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O pro­testo saiu à rua

 

À se­me­lhança do que su­cedeu a 24 de No­vembro, aquando da úl­tima greve geral, também na grande jor­nada de luta do dia 22 de Março o pro­testo teve ex­pressão de rua. Na Pe­nín­sula de Se­túbal, re­a­lizou-se con­cen­tra­ções em Se­túbal, no Bar­reiro e em Al­mada.

Nestas ac­ções par­ti­ci­param, para além dos tra­ba­lha­dores (muitos deles vindos di­rec­ta­mente dos pi­quetes de greve após uma noite pas­sada em claro e vá­rias se­manas de in­tensa ac­ti­vi­dade de mo­bi­li­zação), re­for­mados, de­sem­pre­gados e jo­vens. Todos ti­veram, assim, uma opor­tu­ni­dade de ex­pressar o seu des­con­ten­ta­mento, o seu pro­testo e a sua in­dig­nação com a po­lí­tica de apro­fun­da­mento da ex­plo­ração e das de­si­gual­dades le­vada a cabo pelo Go­verno PSD/​CDS e pela troika es­tran­geira.

À pas­sagem dos des­files foram muitos os que, nas ruas ou das ja­nelas, fi­zeram questão de saudar os ma­ni­fes­tantes, in­cen­ti­vando-os a pros­se­guir a luta contra as po­lí­ticas de «aus­te­ri­dade» que agravam o de­sem­prego, a pre­ca­ri­e­dade e a po­breza.

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So­li­da­ri­e­dade ac­tiva

 

Em muitas em­presas e ser­viços da re­gião, os mem­bros dos pi­quetes de greve re­ce­beram as vi­sitas so­li­dá­rias de di­ri­gentes e eleitos co­mu­nistas e do se­cre­tário-geral da CGTP-IN. Foi o caso do Ar­senal do Al­feite, onde es­ti­veram, se­pa­rados por al­gumas horas, Je­ró­nimo de Sousa e Ar­ménio Carlos.

Ao Se­cre­tário-geral do PCP, o di­ri­gente sin­dical Ro­gério Ca­eiro afirmou que «desde Ou­tubro que não temos tra­balho», acres­cen­tando que os tra­ba­lha­da­dores passam os dias a «fazer a ma­nu­tenção das es­tru­turas, a pintar e re­parar as má­quinas, a ler o jornal». «Nós só que­remos tra­ba­lhar», ga­rantiu. No local, Je­ró­nimo de Sousa va­lo­rizou a luta da­queles tra­ba­lha­dores «em de­fesa dos seus di­reitos» e alertou para as «al­te­ra­ções do Có­digo do Tra­balho», onde se propõe que os «tra­ba­lha­dores percam muitos dias de sa­lário, com a re­dução do pe­ríodo de fé­rias, a eli­mi­nação de fe­ri­ados, a fa­ci­li­tação de des­pe­di­mentos».

Por seu lado, Ar­ménio Carlos lem­brou que na­quela em­presa foi feita, há cerca de dois anos, uma res­tru­tu­ração que levou à re­dução de 600 tra­ba­lha­dores. «Ao fim de dois anos, não só não se re­solveu ne­nhum pro­blema, como estes se agra­varam», de­nun­ciou, lem­brando ainda que a frota da Ma­rinha, «que re­gu­lar­mente fazia aqui a sua ma­nu­tenção, neste mo­mento não a faz com a re­gu­la­ri­dade ne­ces­sária, ha­vendo um pro­blema de falta de se­gu­rança». «Mais do que falar, é pre­ciso agir», re­alçou Ar­ménio Carlos, di­ri­gindo-se ao Go­verno.

O se­cre­tário-geral da In­ter­sin­dical es­teve ainda na Au­to­eu­ropa e na Lis­nave, onde afirmou que a greve geral é «uma luta pelo fu­turo de Por­tugal e dos nossos fi­lhos». Os de­pu­tados do PCP eleitos pelo cír­culo elei­toral de Se­túbal Fran­cisco Lopes, Paula Santos e Bruno Dias pas­saram a ma­dru­gada e a manhã a con­tactar com os pi­quetes de greve da Au­to­eu­ropa, Vis­teon, Trans­tejo, Lis­nave, ter­mi­nais de trans­porte pú­blico e hos­pi­tais.

 



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