Recusa da votação nominal

Nota de re­gisto do de­bate na ge­ne­ra­li­dade é a re­jeição pela mai­oria PSD/​CDS-PP de um re­que­ri­mento do Grupo Par­la­mentar do PCP para que a vo­tação do OE fosse no­minal, ou seja com a cha­mada dos de­pu­tados por ordem al­fa­bé­tica.

«É uma vo­tação da maior im­por­tância, das mais im­por­tantes que o Par­la­mento faz e em que a res­pon­sa­bi­li­dade de cada grupo par­la­mentar e de cada de­pu­tado in­di­vi­du­al­mente é enorme», afirmou Ber­nar­dino So­ares, jus­ti­fi­cando o re­que­ri­mento en­tregue no início dos tra­ba­lhos do se­gundo dia de de­bate.

A reter deste de­bate fica ainda a de­cisão da mesa de não fazer o en­cer­ra­mento do de­bate or­ça­mental du­rante a tarde do dia 31, con­forme es­ta­be­le­cido na agenda par­la­mentar, eli­mi­nando assim essa sessão ple­nária. Uma de­cisão in­ter­pre­tada por muita gente como uma fuga de al­guns de­pu­tados a qual­quer con­tacto com os pro­testos que nesse dia jun­taram em frente à AR muitos mi­lhares de ma­ni­fes­tantes em res­posta ao apelo da CGTP-IN.

A esta de­cisão de pros­se­guir a dis­cussão de forma con­se­cu­tiva (quando se es­tava já perto da uma da tarde e ainda fal­tava mais de hora e meia de de­bate), opôs-se também a ban­cada co­mu­nista, que chegou mesmo a apre­sentar um re­que­ri­mento para que os tra­ba­lhos ti­vessem con­ti­nui­dade de tarde, di­li­gência que veio a ser chum­bada pela mai­oria go­ver­na­mental, com abs­tenção do PS, que viu 16 dos seus de­pu­tados vo­tarem ao lado do PCP, PEV e BE.



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