PIB em queda e desemprego a galope

O desastre completo

Os dados sobre o em­prego e o de­sem­prego di­vul­gados pelo INE na pas­sada se­mana põem a nu a «si­tu­ação ca­la­mi­tosa» em que se en­contra o nosso mer­cado de tra­balho. A essa con­clusão chega o PCP, vendo neste quadro o «com­pleto» de­sastre das po­lí­ticas ac­tuais.

Os nú­meros falam por si. A taxa de de­sem­prego atingiu em sen­tido res­trito os 16,9%, ou seja cerca de 963 mil por­tu­gueses es­tavam no quarto tri­mestre de 2012 a viver este in­for­túnio. Em sen­tido lato, o de­sem­prego an­dará na casa de um mi­lhão e 400 mil, en­quanto o de­sem­prego jovem se situa em 40 por cento e a taxa de de­sem­prego nal­gumas re­giões (no­me­a­da­mente Al­garve e Ma­deira) ronda os 20 por cento. Desde a as­si­na­tura do pacto de agressão e da to­mada de posse do Go­verno foram des­truídos 361 200 postos de tra­balho e lan­çados no de­sem­prego mais 248 200 tra­ba­lha­dores.

Como se isto não bas­tasse, os dados do co­mércio ex­terno de mer­ca­do­rias co­nhe­cidos a meio da pas­sada se­mana mos­tram que as ex­por­ta­ções, de­pois de su­ces­sivas de­sa­ce­le­ra­ções tri­mes­trais ao longo de 2012, ter­mi­naram o ano com uma queda em vo­lume.

«O único motor da nossa eco­nomia que ainda fun­ci­o­nava apre­senta si­nais pre­o­cu­pantes de can­saço e es­go­ta­mento», ad­vertiu o de­pu­tado co­mu­nista José Lou­renço ao in­ter­pelar faz hoje oito dias na AR a de­pu­tada do PS Eu­rí­dice Pe­reira, que de­fen­dera em de­cla­ração po­lí­tica a ne­ces­si­dade de «mudar de po­lí­ticas», de­pois de aludir aos ní­veis de de­sem­prego e à di­mi­nuição do PIB.

Dados pre­li­mi­nares esses do INE sobre a evo­lução do PIB em 2012 que apontam para uma con­tracção da eco­nomia de 3,2%, o que no en­tender do PCP mostra que o Go­verno «su­bes­timou uma vez mais o im­pacte ne­ga­tivo das suas po­lí­ticas».

Essa é a con­vicção de José Lou­renço, que ad­mite haver já também si­nais pre­o­cu­pantes nas contas tri­mes­trais de que a nossa eco­nomia es­teja prestes a en­trar «num pe­ríodo de de­flação em que todas as de­ci­sões de in­ves­ti­mento e con­sumo são adi­adas». Ex­pressou ainda o re­ceio de que por estes dias ou­tros dados ve­nham «con­firmar o fra­casso da exe­cução or­ça­mental e o não cum­pri­mento das metas or­ça­men­tais em 2012 e 2013».

Em suma, para o PCP, o de­sastre das po­lí­ticas ac­tuais é «com­pleto e pre­o­cu­pante», au­men­tando a res­pon­sa­bi­li­dade de todos os que de­fendem a ne­ces­si­dade de «travar esta po­lí­tica rui­nosa e de abrir ca­minho a uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda».



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