Direito à propaganda política

Ministério Público dá razão ao PCP

O re­gu­la­mento mu­ni­cipal de pro­pa­ganda da Câ­mara Mu­ni­cipal do Porto é an­ti­de­mo­crá­tico e in­cons­ti­tu­ci­onal, e a pin­tura de um mural não é crime, re­co­nhece Mi­nis­tério Pú­blico.

Pin­tura de um mural não pode ser con­si­de­rada, como pre­tende Rui Rio, um crime

Image 13618

A Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do PCP, num co­mu­ni­cado do seu Ga­bi­nete de Im­prensa de dia 11, con­gra­tula-se pelo con­teúdo do des­pacho do Mi­nis­tério Pú­blico tor­nado pú­blico re­cen­te­mente, que «ar­rasa por com­pleto» o re­gu­la­mento mu­ni­cipal de pro­pa­ganda da Câ­mara Mu­ni­cipal do Porto, que há muito vem con­tes­tando por ser an­ti­de­mo­crá­tico e in­cons­ti­tu­ci­onal. No re­fe­rido des­pacho sa­li­enta-se que o re­gu­la­mento não res­peita os prin­cí­pios cons­ti­tu­ci­o­nais nem os li­mites dos di­reitos fun­da­men­tais o que, para o Par­tido, de­sau­to­riza por com­pleto o con­junto de ac­ções to­madas ao longo de vá­rios anos pelo mu­ni­cípio ba­seado nesse do­cu­mento.

A pro­cu­ra­dora res­pon­sável pelo des­pacho ju­di­cial con­si­dera mesmo que se torna di­fícil, «para não dizer, de todo im­pos­sível» de­fender as dis­po­si­ções re­gu­la­men­tares in­vo­cadas pela Câ­mara Mu­ni­cipal do Porto. Quanto à pin­tura de um mural não pode de forma ne­nhuma ser con­si­de­rada, como pre­tende Rui Rio, um crime de dano.

Este des­pacho surge da ex­po­sição feita ao Mi­nis­tério Pú­blico pelo PCP na sequência dos acon­te­ci­mentos de Julho de 2010, aquando da pin­tura de um mural no vi­a­duto de Francos, en­vol­vendo di­ri­gentes e de­pu­tados do PCP. No se­gui­mento dessa acção, na qual se pro­cu­rava alertar para as con­sequên­cias dos su­ces­sivos PEC do go­verno do PS, a Câ­mara Mu­ni­cipal do Porto montou uma apa­ra­tosa ope­ração para im­pedir o PCP de ins­crever a men­sagem po­lí­tica que pre­tendia, mo­bi­li­zando para o efeito mais de uma de­zena de po­lí­cias mu­ni­ci­pais ao longo de mais de oito horas.

No co­mu­ni­cado, o PCP lembra que num mo­mento em que a As­sem­bleia da Re­pú­blica tem em apreço le­gis­lação que visa li­mitar o di­reito de pro­pa­ganda e a li­ber­dade de ex­pressão, o teor deste des­pacho é «mais um re­co­nhe­ci­mento dos di­reitos con­sa­grados na Cons­ti­tuição de Abril e mais um alento para o re­forço da luta».



Mais artigos de: PCP

Azeitão precisa de novo Centro de Saúde

Com o objetivo de conhecer de perto as condições humanas e materiais do Centro de Saúde de Azeitão, uma delegação do PCP visitou no dia 8 de Julho aquele equipamento de saúde, onde foi recebida pelo gestor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde...

O Militante está à venda

«Álvaro Cunhal – a organização e a luta dos trabalhadores.» É esta a frase inscrita na capa da edição de Julho/Agosto da revista O Militante, já à venda, que prossegue a publicação de artigos sobre o...

Homenagem a Alfredo Dinis

A Direcção Concelhia de Loures do PCP promoveu, no dia 4 de Julho, uma Homenagem a Alfredo Dinis – “Alex”–, nos 68 anos do seu assassinato pela PIDE, com a deposição de uma coroa de flores no Memorial ao Alex na Estrada da Bemposta (freguesia...

Passeios no Tejo

Os famosos passeios do Tejo do início dos anos 40 foram recriados no sábado, numa original iniciativa que envolveu largas dezenas de militantes e simpatizantes do PCP dos concelhos da Moita, Barreiro e Vila Franca de Xira. A bordo do varino «Boa Viagem» (propriedade da Câmara Municipal da...

Defender os produtores e a Casa do Douro

O PCP acusa o Go­verno de, para além da pro­pa­ganda, nada mais ter apre­sen­tado para so­lu­ci­onar os graves pro­blemas com que se de­para a Casa do Douro.

Juntar forças para travar o desastre

A Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral do PCP alertou an­te­ontem para as ma­no­bras em curso para, com este Go­verno ou com outro, com ou sem elei­ções, pros­se­guir a po­lí­tica de ex­plo­ração, e in­siste na al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.