STAL insiste nas 35 horas

«A validação do aumento do horário de trabalho na Administração Pública constitui uma decisão errada e injusta do Tribunal Constitucional, que terá graves repercussões para a vida de centenas de milhares de trabalhadores, sem que daí decorra qualquer vantagem, bem pelo contrário, para a prestação do serviço público», considera o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local.

Perante a decisão do Tribunal Constitucional, anunciada no dia 25 de Novembro, o STAL/CGTP-IN reafirmou que «continuará a bater-se e tudo fará para manter as 35 horas semanais e sete horas diárias como a regra universal para os trabalhadores em funções públicas».

Depois de recordar que a decisão foi tomada por sete votos a favor e seis contra (nestes se incluindo o voto do presidente do TC), o STAL reafirmou a exigência de revogação da Lei 68/2013, como consta da petição que levou à Assembleia da República, com cerca de 23 mil assinaturas.

Vai também manter as providências cautelares e recorrerá de eventuais indeferimentos, nos casos em que municípios apliquem o novo horário sem consultarem previamente as estruturas representativas dos trabalhadores. Na maioria dos casos, sublinha o STAL, este aumento do horário de trabalho «não traz qualquer benefício económico para as autarquias (facto que os próprios executivos têm reconhecido), antes obrigando a dispendiosas e complexas alterações na organização dos horários».

O sindicato afirma-se «certo de que a maioria das autarquias demonstrará a abertura necessária para negociar acordos de trabalho de entidades empregadoras públicas», notando que o Tribunal Constitucional determinou, se o diploma do Governo se sobrepõe ao actual acordo colectivo da Função Pública, «para o futuro, não fica impedida a consagração, por via de negociação colectiva, de alterações ao novo período normal de trabalho dos trabalhadores em funções públicas, em sentido mais favorável a esses trabalhadores». Ou seja, o horário de 40 horas «pode ser reduzido, quer por lei especial nova, quer por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho posterior».

Este é um dos temas dos encontros de activistas sindicais, que o STAL promove hoje, em Lisboa, e amanhã, em Beja. Foram também marcados encontros para o Porto, no dia 2, e em Viseu, ontem.




Mais artigos de: Trabalhadores

Fenprof mantém lutas

O acordo palaciano entre as organizações da UGT e o Governo do PSD e do CDS-PP corresponde à legitimação da prova de acesso à profissão docente, protestou a Federação Nacional dos Professores.

Luta ao rubro pelos CTT

Firmes e com razões fortes, os trabalhadores dos CTT e as suas organizações de classe estiveram em greve na sexta-feira, manifestaram-se em Lisboa e confirmaram novas acções na última semana do ano.

Crime e resistência

O anúncio oficial dos últimos passos do plano para acabar com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo suscitou fortes protestos na opinião pública e resposta firme dos trabalhadores, das suas organizações representativas e do PCP.

Encontros regionais de polícias

Para dia 17, no Porto, está marcado o primeiro de uma série de encontros regionais, que a Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança decidiu realizar. Segundo um comunicado que emitiu...

Contra lay-off na Securitas

A Securitas, multinacional do sector de segurança e vigilância, decidiu impor um lay-off (suspensão do contrato de trabalho) a 118 trabalhadores na zona de Portimão, desde Outubro. Para o STAD/CGTP-IN, foi uma medida imoral e injusta, mas também ilegal. Ao...

Greves nos transportes

Contra os cortes de salários e de direitos, inscritos no Orçamento do Estado e no Decreto-Lei 133/2013, e contra a política de entrega do sector ao capital privado, mantêm-se greves em várias empresas públicas de transportes. Voltaram a fazer greve,...

Pelo futuro dos EFE

Um plenário teve lugar no dia 26 de Novembro, de manhã, junto às instalações do Estado-Maior do Exército, contra a «guerra psicológica» que o ministro Aguiar-Branco e o chefe do Estado-Maior do Exército estão a mover aos trabalhadores das...