José Dias Coelho assassinado há 53 anos

Exemplo notável de dedicação ao Partido

A Co­missão de Fre­guesia de Al­cân­tara do PCP ho­me­na­geou, no dia 19, o ar­tista plás­tico e mi­li­tante co­mu­nista José Dias Co­elho a pro­pó­sito do 53.º ani­ver­sário do seu as­sas­si­nato por uma bri­gada da PIDE, em 1961. A acção de­correu junto ao local onde ocorreu o odioso crime (na rua que tem o nome do mi­li­tante as­sas­si­nado), as­si­na­lado com uma placa evo­ca­tiva onde está gra­vada, junto ao sím­bolo do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, a frase de uma das úl­timas gra­vuras que José Dias Co­elho pu­blicou na im­prensa clan­des­tina do Par­tido: «De todas as se­mentes con­fi­adas à terra, é o sangue der­ra­mado pelos már­tires que faz le­vantar as mais co­pi­osas se­aras.»

Nas in­ter­ven­ções pro­fe­ridas por An­tónio Ca­ri­chas, da Co­missão de Fre­guesia de Al­cân­tara, e por João Oli­veira, pre­si­dente do Grupo Par­la­mentar e membro da Co­missão Po­lí­tica, des­tacou-se o exemplo de in­te­lec­tual, ar­tista, re­sis­tente an­ti­fas­cista e co­mu­nista que foi José Dias Co­elho, ao mesmo tempo que se apelou à ne­ces­si­dade de, pros­se­guindo esse mesmo exemplo, não ab­dicar de prin­cí­pios e va­lores na luta que con­tinua por uma so­ci­e­dade mais justa, que ponha fim à ex­plo­ração do homem pelo homem. 

José Dias Co­elho, es­cultor, foi fun­ci­o­nário clan­des­tino do PCP, de­pois de anos de des­ta­cada in­ter­venção no mo­vi­mento es­tu­dantil e ju­venil, e junto dos in­te­lec­tuais e ar­tistas, bem como na luta pela paz. Em 1949, já membro do Par­tido, chegou a ser preso na sequência da sua par­ti­ci­pação na cam­panha elei­toral de Norton de Matos.

Quando passa à clan­des­ti­ni­dade, dei­xando para trás uma pro­mis­sora car­reira ar­tís­tica, José Dias Co­elho as­sume, jun­ta­mente com a sua com­pa­nheira Mar­ga­rida Ten­gar­rinha, a ta­refa de montar uma ofi­cina de fal­si­fi­cação de do­cu­mentos para de­fesa dos fun­ci­o­ná­rios do Par­tido no tra­balho de or­ga­ni­zação e nas re­la­ções in­ter­na­ci­o­nais. Tinha igual­mente à sua res­pon­sa­bi­li­dade parte do apa­relho de pas­sagem de fron­teira.

É também nesses anos que fo­to­grafa o ar­quivo do Par­tido e, a partir dele, ex­trai a in­for­mação ne­ces­sária para re­digir A Re­sis­tência em Por­tugal, lan­çado já de­pois do seu brutal as­sas­si­nato. Al­gumas das mais cé­le­bres gra­vuras da im­prensa clan­des­tina do Par­tido têm a sua as­si­na­tura.

Em fi­nais de 1960, Dias Co­elho passa a in­te­grar a di­recção do Par­tido em Lisboa, com a res­pon­sa­bi­li­dade do sector in­te­lec­tual. É no cum­pri­mento desta res­pon­sa­bi­li­dade que é de­tec­tado pela bri­gada da PIDE che­fiada pelo cri­mi­noso José Gon­çalves e as­sas­si­nado a tiro em plena rua. Tinha 38 anos e uma imensa ale­gria de viver. Deixou duas fi­lhas. 



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