Consenso para mudar
O único consenso que existe na sociedade portuguesa é para a demissão do Governo e nessa luta os trabalhadores e o povo podem continuar a contar com o PCP. Foi desta forma que João Dias Coelho, da Comissão Política, reagiu em nome do Partido à mensagem de Natal do primeiro-ministro, na qual o governante apelou ao «consenso nacional» para prosseguir o rumo da política seguida nos últimos anos.
Para o dirigente comunista, e ao contrário do que Pedro Passos Coelho afirmou, as «nuvens negras» permanecerão em 2015: «Cada um dos portugueses sabe bem que, no concreto, não há emprego – e essa é uma das nuvens negras que paira sob a vida do povo português.» A isto acrescem os mais de 2,5 milhões de pobres existentes em Portugal, dos quais meio milhão são crianças, o que não deixa de constituir uma dramática confirmação de que essas «nuvens negras» vão continuar.
O membro da Comissão Política acusou ainda o primeiro-ministro de prosseguir na mentira e na mistificação. Como exemplo, referiu-se à entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2015 que, em conjunto com o Tratado Orçamental da União Europeia, «terá consequências terríveis na vida concreta dos portugueses». Rejeitando ainda a suposta «recuperação do poder de compra» em 2015, João Dias Coelho acusou o Governo de estar a dar com uma mão para, depois, tirar com as duas, já que a carga fiscal será enorme para os trabalhadores. Já o grande capital beneficiará de novas reduções das taxas de IRC.