Pescas ao fundo
A Direcção da Organização Regional do Porto do PCP comentou, através de uma nota de imprensa emitida no dia 19, as novas quotas de pesca para Portugal, recentemente acordadas com a União Europeia. Anunciadas pelo Governo «sob a capa de um aumento global de 18 por cento e atribuindo destaque aos 67 por cento de aumento na quota do carapau», elas escondem uma nova redução de três por cento na possibilidade de pesca da sardinha, o que representa uma «realidade bem danosa para os pescadores portugueses», afirma-se no comunicado.
O PCP lembra que os limites à pesca da sardinha são definidos conjuntamente pelos governos de Portugal e Espanha e, que neste momento, ela está interdita «sem nenhuma base científica que demonstre essa necessidade». «Estranhamente», sublinha o PCP, os pescadores espanhóis continuam a ter áreas para pescar sardinha, «facto que a Comissão Europeia parece desconhecer». A generalidade da frota portuguesa, no entanto, está parada desde Setembro, em virtude do esgotamento da possibilidade de pesca ibérica da sardinha definida para 2014. Sem esta possibilidade, a pesca isolada de outras espécies – nomeadamente o carapau – é inviável face aos preços praticados na primeira venda». Se assim não fosse, o cerco continuaria a pescar mesmo com esta interdição, denuncia a DORP.
Considerando que a diminuição da possibilidade de pesca da sardinha (de longe a espécie mais importante para as artes do cerco) não traz «boas perspectivas quanto ao futuro, o PCP acrescenta que ela comprova o «perfeito alheamento» do Governo face ao sector das pescas. A situação é ainda mais grave quando se sabe que a Comissão Europeia, respondendo aos deputados do PCP, informou não ter sido contactada pelo Governo português relativamente à possibilidade de concessão de uma ajuda compensatória.