Lutar pela igualdade
O folheto do PCP evocativo do Dia Internacional da Mulher foi profusamente distribuído em todo o País, junto a empresas de grande concentração de mão-de-obra feminina e noutros locais, como estações e terminais de transporte público e mercados. Nesse documento, que sublinha as origens do 8 de Março e o seu significado como dia de afirmação de direitos, são destacadas as causas centrais da luta das mulheres, resumidas na premissa de «igualdade na lei e na vida» e na questão decisiva do tempo: para trabalhar e para descansar; para si próprias, para a família e para os filhos; e para participar na vida política, social, cultural e associativa. O folheto destaca ainda as propostas do PCP para concretizar a igualdade.
À redacção do Avante! chegaram informações sobre distribuições em alguns concelhos, particularmente no distrito de Lisboa. Em Sintra, o Dia Internacional da Mulher foi assinalado em contacto com trabalhadoras das principais empresas do concelho. Durante a manhã e a tarde deste dia, as trabalhadoras das empresas Hikma, Sofarimex, Tabaqueira, Essilor, Mondelez, Alva, Adreta, Arneg, da Câmara Municipal de Sintra e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, e das escolas Padre Alberto Neto, Leal da Câmara, Visconde Juromenha e Santa Maria receberam dos militantes do PCP o documento sobre esta data e um cravo vermelho para assinalar a necessidade da continuação da sua luta pela igualdade na lei e na vida.
Nesse mesmo dia, mas em Vila Franca de Xira, militantes do Partido contactaram com as trabalhadoras do serviço local da Segurança Social, que actualmente se encontram em luta exigindo condições de trabalho dignas. O Partido esteve também junto das trabalhadoras e mães dos alunos do Centro de Bem-Estar Infantil de Vila Franca de Xira. No Cadaval, o Partido contactou com mais de 100 trabalhadoras da Coopval, e na freguesia lisboeta da Ajuda a distribuição do documento foi igualmente acompanhada da entrega de um cravo vermelho, símbolo maior da liberdade e da consagração dos direitos das mulheres.
«Critérios» jornalísticos
O PCP enviou uma carta ao director de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, acerca das opções da estação relativamente à comemoração, a 8 de Março, do Dia Internacional da Mulher. Na missiva, intitulada «Vê-se e não se acredita», lembra-se o contributo inigualável do Partido para a luta histórica das mulheres «contra a exploração e a guerra, por direitos políticos e sociais, melhores salários, particularmente pelas mulheres trabalhadoras», e realça-se as acções realizadas em todo o território nacional, incluindo-se um almoço na Moita com a presença do Secretário-geral, Jerónimo de Sousa. Este dia pleno de «Política no Feminino» foi resumido a uma referência de oito segundos no noticiário das 20 horas da TVI, que não chegou sequer a enviar uma equipa de reportagem ao local.
Mas a questão não ficou por aqui: a iniciativa promovida na Assembleia da República pela então ainda não líder do CDS, em torno da «liderança no feminino», mereceu uma peça de dois minutos; e nesse mesmo dia, Catarina Martins e Mariana Mortágua estiveram ambas, juntas, numa entrevista no Jornal das Oito, de 12 minutos, a que se seguiram mais 20 minutos na TVI 24, com Mariana Mortágua e Marisa Matias. Face a este tratamento mediático, o Partido questiona: «mas será que noutros partidos não há mulheres deputadas, na Assembleia da República ou no Parlamento Europeu? Ignora a TVI a existência de mulheres do PCP, jovens e não jovens, com papel relevante na vida política nacional e na afirmação dos direitos das mulheres? Os critérios de pluralismo da TVI não atingem mais do que o horizonte de convidar três pessoas de uma mesma força política?»
No final da carta, o PCP deixa ao director de informação da TVI um conjunto de sugestões, desde a sua «intervenção histórica, ímpar e funda» nesta matéria, a acção de Inês Zuber quando assumiu a vice-presidência da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros do Parlamento Europeu, entre muitas outras. O PCP, acrescenta-se na missiva, dá voz e corpo às bandeiras do 8 de Maço há muito anos, «ainda quando outros não o faziam».