PCP critica alienação do Novo Banco e insiste na sua integração no sistema público

O PCP insiste na necessidade de integrar o Novo Banco no sistema público bancário, sustentando que é a única solução que verdadeiramente defende os interesses do País.

A solução adoptada pelo Governo está longe de ser a única

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«A integração do Novo Banco no sistema público bancário como o PCP tem vindo a defender é a única solução que garante a viabilidade do banco, garante a defesa do interesse nacional e salvaguarda do ponto de vista orçamental os custos desta operação», afirmou o deputado comunista Miguel Tiago em debate de actualidade, realizado no dia 5, onde sublinhou «não ser verdade que não haja outras soluções» nem que «tenha de aceitar-se todas as receitas e imposições que vêm da União Europeia».

Na perspectiva do PCP, aliás, «esta solução é a pior de todas», porquanto, como foi dito, «acontece depois de o Novo Banco ter custado aos portugueses 4,9 mil milhões de euros e depois de se ficar a saber que o governo PSD/CDS-PP encobriu os problemas e que tal montante era apenas a primeira prestação» de uma factura final que rondará os 9,2 mil milhões de euros.

O parlamentar do PCP discordava assim abertamente da posição assumida pelo ministro das Finanças, segundo a qual a solução encontrada para alienar o banco é «equilibrada» e «tem presente a necessária protecção dos contribuintes, da economia, da estabilidade da instituição e do sistema financeiro».

Para Mário Centeno, as «alternativas seriam bem piores», tese secundada pela bancada do PS, com Eurico Brilhante Dias a repetir que a «solução é a menos má a partir de um ponto de partida péssimo» e a recusar a nacionalização sob o argumento de que isso «implicaria mais quatro a cinco mil milhões de euros de dívida pública».

Argumentação que não demoveu a bancada comunista de insistir na ideia de que a solução adoptada pelo Governo de entregar o banco a um grande grupo económico – medida que concretiza a resolução «mal feita» do BES da autoria do executivo PSD/CDS-PP e, no fim de contas, o modelo que estes sempre defenderam de vender o banco depois de «limpo» –, está longe de ser a única.

E por isso o PCP levará em breve à AR uma iniciativa legislativa para travar este negócio e integrar o Novo Banco no sector público bancário, convicto de que essa é a única forma de «garantir a viabilidade do banco no longo prazo, garantir a prevalência do interesse nacional, garantir que o banco se coloca ao serviço da economia».



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