Organização do Partido nas empresas combate a exploração e fomenta a unidade
CÉLULAS Tal como sucede em muitas outras empresas, no Grupo Galp e na Amarsul as células do Partido são factores decisivos para alargar a unidade e a luta dos trabalhadores pelos seus direitos.
O reforço da organização nas empresas é objectivo central
A célula do Partido na Galp denuncia, num comunicado recente, que as contas do grupo revelam a acumulação de «resultados fabulosos, amassados à custa da economia nacional e da crescente exploração dos trabalhadores». Analisando as contas, o PCP constata desde logo que o grupo «remunera os seus accionistas independentemente dos resultados alcançados», estando previsto desde o início do ano aumentar em 20 por cento o pagamento aos accionistas e entregar-lhes 412,7 milhões de euros em dividendos. Destes, acrescenta, 206 milhões foram pagos «como antecipação de resultados».
Dos 412,7 milhões, detalha o PCP, 18,37 por cento vão para os cofres do Grupo Amorim, 15 por cento para a Sonangol e 59 por cento para vários outros capitalistas estrangeiros. A Parpública recebe apenas sete por cento do total destes dividendos. Como os impostos do Grupo Amorim são pagos na Holanda, a célula do Partido realça que em Portugal ficam apenas os salários e os sete por cento do grupo que ainda não foram privatizados. Os dados mostram ainda que os resultados alcançados pelo Grupo Galp «não são reinvestidos na empresa» e que os accionistas não só recebem antes de aqueles estarem apurados como recebem acima do valor consagrado nas normas internacionais.
O Partido destaca ainda o facto de sete administradores executivos do Grupo receberem cinco milhões e meio de euros de salário, o que equivale a quase «22 vezes a média de salários dos 6475 trabalhadores do grupo». Para o PCP, os prémios de 1,6 milhões e de seis milhões de euros pagos ao presidente e à Comissão Executiva e os 412 milhões de dividendos entregues aos accionistas contrastam com o que é auferido por cada um dos trabalhadores. O Partido reafirma a sua determinação em travar quaisquer tentativas de redução de salários e direitos e em dar combate à precariedade. Mas, insiste, «só o crescimento da luta poderá obrigar o Governo do PS a satisfazer as justas lutas dos trabalhadores».
Intervir
Na Amarsul, a célula do PCP lançou recentemente uma folha informativa, de nome «Intervir», na qual insiste que o reforço da unidade e firmeza dos trabalhadores e da dimensão da sua luta é o «caminho seguro» para exigir o respeito pelos direitos e a satisfação das reivindicações.
Lembrando o que significou a privatização da empresa pelo governo PSD/CDS, os comunistas acusam o actual executivo de não ter revertido muitas das mais nefastas consequências da governação anterior. Em causa estão questões relacionadas com a degradação do serviço prestados aos municípios, com «claros prejuízos para as populações e o ambiente», e a manutenção de uma política laboral «assente no desrespeito pela contratação colectiva e no aumento da exploração».
A célula do Partido denuncia ainda a dualidade existente entre as declarações e a prática da administração da empresa desde a privatização: «o privado, que alega falta de recursos para aumentar os salários, já retirou da empresa quase sete milhões de euros», no que constitui uma «escandalosa distribuição dos lucros pelos accionistas». As ameaças e pressões de quadros superiores da empresa sobre trabalhadores são outras das realidades que o PCP denuncia e combate.