Concurso de bandas da JCP é expressão da democracia cultural

FESTA DO AVANTE! A aproximar-se do fim, a edição deste ano do Concurso de Bandas do Palco Novos Valores, promovido pela JCP, deu oportunidade a vários grupos de mostrarem ao vivo o seu trabalho.

Centenas de jovens participam anualmente no concurso

Com a realização, hoje, no Porto, da última final do Concurso de Bandas da JCP, ficará completo o lote dos grupos apurados para actuar no Palco Novos Valores da Festa do Avante!, no primeiro fim-de-semana de Setembro. Nas seis finais regionais ou inter-regionais já realizadas ficaram apuradas as seguintes bandas: Zuuzaa (Lisboa); In Extremis (Setúbal); Junkie Birds (Centro); Boca do Povo (Braga); Cassete Riscada (Alentejo) e Cicatriz (Algarve). A estas, e à do Porto (a tal que será apurada hoje), juntar-se-ão no Palco Novos Valores grupos e artistas convidados que completam a programação.

Para trás ficam largos meses de trabalho e intervenção da JCP junto dos jovens músicos: o lançamento do concurso e a sua divulgação junto das bandas, a preparação e realização dos quase 30 concertos realizados de Norte a Sul do País, entre eliminatórias concelhias ou sectoriais e finais regionais e inter-regionais, precisamente aquelas que apuraram as bandas que actuarão no Palco Novos Valores, sublinhou Simão Calixto, responsável na JCP por esta edição do concurso. É ainda ele que nos revela que, este ano, concorreram perto de 60 projectos, de estilos muito variados e com experiências muito diversas, mas todos protagonizados por jovens criativos e empenhados que levam a música muito a sério.

Ao contrário de outros, que têm fins comerciais, o concurso de bandas da JCP diferencia-se precisamente por ter como preocupação central dar oportunidade aos jovens músicos de mostrarem o seu trabalho ao vivo, ou não fosse a garantia de condições à plena criação cultural um dos objectivos da luta dos comunistas portugueses. No caso concreto, essa garantia concretiza-se na realização de diversos concertos nos concelhos de onde os grupos são originários, ou noutros próximos, e na disponibilização das condições e equipamentos necessários. Ao condicionar a participação no concurso às bandas e artistas com reportórios originais, a JCP estimula a criatividade e a criação artística.

Vibrante e premonitório

Para a esmagadora maioria das pessoas, incluindo jovens, os nomes das bandas que actuam este ano no Palco Novos Valores pouco ou nada diz. E não podia ser de outra maneira, ou não tivesse o Palco Novos Valores precisamente como propósito dar a conhecer novos projectos musicais a um público vasto e sempre ávido de diferentes sonoridades e abordagens.

Quando bandas e músicos como One Love Family, Yellow W Van, Chullage, Da Weasel, Dama Bete ou Linda Martini passaram pelo Palco Novos Valores eram pouco mais do que «ilustres desconhecidos» que davam os primeiros passos nas suas carreiras musicais, provavelmente longe de sequer sonharem que alguma vez atingiriam o que efectivamente atingiram; hoje constituem referências incontornáveis para centenas de jovens que começam a fazer música.

Os obstáculos e dificuldades com que as novas bandas se confrontam não serão muito diferentes dos que outras, antes delas, sentiram. A JCP, o concurso de bandas e a Festa do Avante! foram sempre pontos de apoio seguros e firmes para milhares de jovens músicos. E mesmo os que nunca tiveram a oportunidade – e a felicidade – de pisarem o palco da Festa do Avante! puderam actuar ao vivo, alguns pela primeira vez, porque concorreram ao concurso da JCP e participaram pelo menos numa das suas eliminatórias. E isto é algo que nenhum músico esquece.

 
 

«Aumenta o som! Baixa o IVA»

À semelhança do ano passado, as eliminatórias e finais do concurso de bandas para o Palco Novos Valores constituíram momentos de luta pelo acesso à cultura e por uma verdadeira liberdade de criação e fruição culturais, como está consagrada na Constituição da República Portuguesa. A campanha «Aumenta o Som! Baixa o IVA», lançada pela JCP, prossegue na petição, a ser entregue na Assembleia da República, na qual se exige a redução da taxa de IVA dos instrumentos musicais para seis por cento.

Na base desta reivindicação está a consideração de que os instrumentos musicais são bens culturais essenciais e constituem uma ferramente de trabalho para os músicos e um importante factor de democratização do acesso à criação cultural. É, portanto, totalmente incompreensível que a taxa de IVA cobrada seja superior à de outros bens culturais, como por exemplo os livros. Até ao momento mais de duas mil pessoas já subscreveram a petição.

A campanha tem ainda expressão nas redes sociais, onde estão a ser dinamizados «fotoprotestos» e outras iniciativas.




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