Imprensa e fundos são questões centrais para um partido comunista

OR­GA­NIZAÇÃO Pelo 14.º ano con­se­cu­tivo, re­a­lizou-se no Porto, dia 2, o con­vívio de res­pon­sá­veis de fundos, co­bra­dores de quotas e di­fu­sores do Avante!, no qual par­ti­cipou Paulo Rai­mundo, do Se­cre­ta­riado.

A co­brança de quotas e a di­fusão do Avante! são de­ter­mi­nantes

O salão do Centro de Tra­balho da Bo­a­vista, no Porto, en­cheu-se ao final da tarde de sexta-feira de qua­dros co­mu­nistas com ta­refas de fundos e de im­prensa que par­ti­ci­pavam na­quele que era o seu con­vívio anual, que já vai na sua 14.ª edição. Para além de cons­ti­tuir o re­co­nhe­ci­mento, por parte do Par­tido, da im­por­tância de­ci­siva destas ta­refas, a ini­ci­a­tiva per­mitiu uma vez mais a troca de ex­pe­ri­ên­cias entre os mi­li­tantes que, em di­fe­rentes em­presas e sec­tores, con­ce­lhos e fre­gue­sias, as as­sumem.

Por tudo isto, o con­vívio anual de res­pon­sá­veis de fundos, co­bra­dores de quotas e di­fu­sores do Avante! da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do PCP cons­titui, em si mesmo, um factor de novos avanços or­ga­ni­za­tivos no que res­peita à sal­va­guarda da in­de­pen­dência fi­nan­ceira do Par­tido e do alar­ga­mento da di­fusão e venda da sua im­prensa. Estas ta­refas, fun­da­men­tais para a cons­trução do PCP com as suas ca­rac­te­rís­ticas dis­tin­tivas, con­ti­nuam hoje a ser cen­trais para um par­tido que é e quer con­ti­nuar a ser co­mu­nista, como su­bli­nhou Paulo Rai­mundo, do Se­cre­ta­riado, na in­ter­venção que ali pro­feriu.

Uma questão de in­de­pen­dência

Su­bli­nhando que para muitos mi­li­tantes co­mu­nistas os qua­dros que co­bram quotas e dis­tri­buem o Avante! são «o Par­tido», o membro do Se­cre­ta­riado va­lo­rizou o em­pe­nha­mento co­lec­tivo em re­crutar mais gente e atri­buir-lhes ta­refas e res­pon­sa­bi­li­dades e em au­mentar e de­fender a sua in­de­pen­dência po­lí­tica e ide­o­ló­gica, «sendo que a re­colha fi­nan­ceira – e em par­ti­cular a quo­ti­zação – as­sume um papel cen­tral». Aliás, su­bli­nhou o di­ri­gente do PCP, a «quo­ti­zação é a única re­ceita ga­ran­tida num par­tido re­vo­lu­ci­o­nário, tudo o resto é ou pode ser pon­tual».

Se a pri­o­ri­dade às quotas dos mi­li­tantes não sig­ni­fica que se dis­pense as ou­tras formas de re­colha fi­nan­ceira de que o Par­tido dispõe, ela im­plica que se as­suma a ele­vação da quo­ti­zação e so­bre­tudo o au­mento do nú­mero de mi­li­tantes que pagam re­gu­lar­mente a sua quota como ques­tões de­ci­sivas para o pre­sente e o fu­turo do PCP, re­alçou Paulo Rai­mundo. O cum­pri­mento deste ob­jec­tivo, acres­centou, não é da ex­clu­siva res­pon­sa­bi­li­dade dos qua­dros que as­sumem di­rec­ta­mente esta ta­refa, mas estes «car­regam de facto muita res­pon­sa­bi­li­dade».

Ra­zões de classe

Re­la­ti­va­mente à di­fusão do Avante!, na qual muitos dos pre­sentes se em­pe­nham di­a­ri­a­mente, Paulo Rai­mundo sa­li­entou que o es­forço que o Par­tido está a fazer para a au­mentar tem «acima de tudo ra­zões ide­o­ló­gicas e de classe», para além das fi­nan­ceiras. Pe­rante a ac­tual – e brutal – ofen­siva ide­o­ló­gica, re­alçou o di­ri­gente co­mu­nista, «ler o Avante! e fazer tudo para que mais gente o leia é de­ter­mi­nante para co­nhecer a opi­nião do Par­tido e a luta que está em curso, para que cada um es­teja em me­lhores con­di­ções para en­frentar todos os dias a ofen­siva, que sendo grande não nos faz des­viar do nosso ca­minho e com­pro­misso».




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