Notícias das lutas dos povos
Seis debates no Espaço Internacional da Festa do Avante! trouxeram notícias das lutas dos povos, da resistência à escalada agressiva do imperialismo aos combates na América Latina.
«A crise do capitalismo e a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e a soberania dos povos» foi o tema do debate de sexta-feira. Participaram Jorge Cadima (PCP), Gunther Phol (PC Alemão), Andre Chassaigne (PC Francês) e Firas Masri (PC Libanês).Foi reiterada a solidariedade dos comunistas portugueses com os povos em luta contra o imperialismo. Reafirmada a necessidade de unidade das forças progressistas face à ofensiva imperialista. E evidenciado, pelo comunista libanês, que «o imperialismo alimenta-se das guerras» e que o autodenominado Estado Islâmico e outras organizações terroristas, criação dos EUA e aliados, são financiados pela Arábia Saudita, Qatar e Turquia e utilizados como «instrumentos de luta contra os trabalhadores e os povos».
No sábado, debateu-se «A escalada agressiva do imperialismo – resistência, solidariedade e luta pela paz». Falaram Albano Nunes (PCP), Tereza Cechorá-Humpolcová (PC da Boémia e Morávia), Fayez Badawi (Frente Popular de Libertação da Palestina) e Petro Simonenko (PC da Ucrânia). Foi sublinhado que a luta pela paz é inseparável da luta pelo progresso e pelas transformações revolucionárias. E que o inimigo principal dos trabalhadores e dos povos e principal fautor da guerra é o imperialismo norte-americano – os EUA intervêm e ameaçam na península coreana, na Venezuela, no Médio Oriente, na Ucrânia, no Afeganistão.
O representante da FPLP lembrou o papel de Israel como «defensor dos interesses do imperialismo no Médio Oriente». O secretário-geral do PC da Ucrânia falou da destruição económica do país, da perseguição do governo aos comunistas e das tentativas de ilegalizar o PCU, da luta dos patriotas do Donbass e do apoio dos EUA e da União Europeia aos fascistas no poder.
Lutar por um mundo melhor
«A Revolução de Outubro e os desafios da luta pelo socialismo» foram debatidos, no sábado à tarde, por Ângelo Alves (PCP), Rafael Hidaldo (PC de Cuba), Fosco Gianini (PC Italiano), Rustam Sabancheev (PC da Federação Russa) e Le Khai Hoan (PC do Vietname).
Convergiram na ideia de que a Revolução Bolchevique foi um dos maiores acontecimentos da História, abrindo uma nova era – a da construção do socialismo –, possibilitando as lutas emancipadoras dos trabalhadores e a libertação dos povos oprimidos. Continua, hoje, a inspirar todos os que lutam por um mundo melhor.
«Não à União Europeia federal, neoliberal e militarista – Por uma Europa de paz, cooperação e progresso» foi o mote de outro debate. Intervieram João Ferreira (PCP), Marc Botenga (Partido do Trabalho da Bélgica), Lyz Paine (PC Britânico), Vera Polycarpou (Partido Progressista do Povo Trabalhador, de Chipre), Francisco de Asis Junquera (PC de Espanha) e Fosco Gianini (PC Italiano). Aqui, também, um amplo consenso – a resposta das potências europeias à profunda crise económica e social da UE tem sido o reforço do federalismo, do neoliberalismo e do militarismo, mas os oradores defenderam uma «Europa diferente, uma Europa dos povos», de cooperação, amizade e paz entre os estados europeus, pelo que, reafirmaram, «esta UE, do capital, é irreformável».
A mesma luta
«Fim à corrida aos armamentos! Não à NATO! Sim à Paz!» foi o tema da conversa de domingo de manhã. Moderou Carla Cruz, deputada comunista, e intervieram Augusto Praça, dirigente sindical, Paulo Costa, do gabinete dos deputados comunistas no Parlamento Europeu, e Ilda Figueiredo, do PCP. Ideias realçadas: «sem paz não há desenvolvimento»; a UE está a reforçar o pilar da militarização, a pretexto da «insegurança das fronteiras», aumentando os gastos na «defesa»; a NATO cresce e está a cercar a Rússia; com as ameaças belicistas, hoje, coloca-se a necessidade de reforçar o movimento pela paz.
O título do último dos debates – «América Latina – a luta continua!» – resume o sentido das intervenções. Feitas por Pedro Guerreiro (PCP), José Reinaldo (PC do Brasil), Jaime Cedano (PC Colombiano), Rafael Hidalgo (PC de Cuba), Carolus Wimmer (PC da Venezuela) e Roy Daza (Partido Socialista Unido da Venezuela). O PCP reafirmou a solidariedade com os povos da América Latina e as suas organizações progressistas e revolucionárias.
Os oradores manifestaram a convicção de que a Venezuela bolivariana resistirá ao cerco económico, aos ataques e às ameaças do «imperialismo yankee». De que Cuba continua a construir o socialismo e a defender a independência e soberania. De que o processo de paz na Colômbia faz parte da luta anti-imperialista. De que, no Brasil, as forças patrióticas, numa frente unida, resistem ao governo golpista. De que os povos da América Latina, com as suas realidades próprias, continuam a lutar contra o inimigo comum, o imperialismo.