Batalha do Orçamento é só mais uma das lutas pela valorização do trabalho

CO­VILHÃ «O OE para 2019 é um mo­mento im­por­tante na acção, in­ter­venção e luta vi­sando as­se­gurar uma eficaz e efec­tiva res­posta aos pro­blemas na­ci­o­nais, dos tra­ba­lha­dores e do povo, mas não o único», su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa, dia 9.

«A ri­queza tem de ser dis­tri­buída de forma mais justa», exigiu Je­ró­nimo de Sousa

Na sessão pú­blica re­a­li­zada na noite de sexta-feira,na Co­vilhã, para além da abor­dagem às ma­té­rias or­ça­men­tais em dis­cussão, o Se­cre­tário-geral do PCP co­locou o acento tó­nico no con­junto de «ou­tras ba­ta­lhas que é pre­ciso con­ti­nuar a travar e que estão no centro da nossa acção e das nossas pre­o­cu­pa­ções». Esta foi de resto a toada geral na ini­ci­a­tiva, que de­correu no âm­bito da cam­panha que o Par­tido tem em curso sob o lema «Va­lo­rizar o tra­balho e os tra­ba­lha­dores – Mais força ao PCP».

In­ter­vindo em pri­meiro lugar em nome da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Cas­telo Branco do PCP, Vítor Reis Silva, membro do Co­mité Cen­tral e dos or­ga­nismos exe­cu­tivos lo­cais (cujos mem­bros se en­con­travam no palco), sus­tentou a jus­teza do pros­se­gui­mento e in­ten­si­fi­cação da acção rei­vin­di­ca­tiva e de massas. De­sig­na­da­mente aten­dendo às con­sequên­cias pro­vo­cadas pela po­lí­tica de em­po­bre­ci­mento e agra­va­mento da ex­plo­ração, im­posta nos úl­timos anos.

Sau­dando as lutas e vi­tó­rias al­can­çadas pelos tra­ba­lha­dores e os pro­testos das po­pu­la­ções no dis­trito, Vítor Reis Silva in­sistiu que «é pela luta, nas ruas como nos lo­cais de tra­balho» que se con­quis­tarão mais e me­lhores ren­di­mentos e se ga­ran­tirão con­di­ções de vida e de tra­balho.

In­ten­si­ficar

Je­ró­nimo de Sousa, por seu lado, de­pois de se deter no Or­ça­mento do Es­tado para 2019 (OE 2019), su­bli­nhou que sendo esta «uma ba­talha re­le­vante, ou­tras há, como a que es­tamos a travar pela va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores».

Re­feriu a esse res­peito a rei­vin­di­cação do «au­mento geral dos sa­lá­rios para todos os tra­ba­lha­dores do sector pri­vado e do sector pú­blico, in­cluindo do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal, fi­xando-o em 650 euros a 1 de Ja­neiro de 2019», re­cor­dando tratar-se de «um com­bate que não de­sis­timos de travar, apesar da opo­sição con­junta de PS, PSD e CDS ao pro­jecto que o PCP apre­sentou na As­sem­bleia da Re­pú­blica».

«São os tra­ba­lha­dores que pro­duzem a ri­queza, a ri­queza tem de ser dis­tri­buída de forma mais justa», sa­li­entou ainda o di­ri­gente co­mu­nista, para quem, nesse sen­tido, se impõe «con­ti­nuar e am­pliar» a de­fesa do efec­tivo com­bate à pre­ca­ri­e­dade, nos sec­tores pri­vado e pú­blico, e «pela re­vo­gação das normas gra­vosas da le­gis­lação la­boral, in­tro­du­zidas pelos go­vernos an­te­ri­ores de PSD/​CDS e do PS».

«Sa­bemos que após o acordo com as con­fe­de­ra­ções pa­tro­nais e a UGT – um acordo que re­pre­senta a sa­tis­fação das prin­ci­pais exi­gên­cias do grande pa­tro­nato, dis­po­ni­bi­li­zando novos ins­tru­mentos para o au­mento da ex­plo­ração e a li­qui­dação de di­reitos dos tra­ba­lha­dores - o Go­verno do PS apre­sentou uma Pro­posta de Lei» que foi apro­vada, na ge­ne­ra­li­dade, de­vido à «con­ver­gência entre o PS, o PSD e o CDS».

Con­tudo, pros­se­guiu o Se­cre­tário-geral do PCP, «a questão não está en­cer­rada». Não apenas porque «temos ainda a fase de dis­cussão na es­pe­ci­a­li­dade», mas, também, porque «a luta contra as normas gra­vosas da le­gis­lação la­boral é in­dis­so­ciável da luta quo­ti­diana pelos di­reitos e a me­lhoria das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores, com a con­fi­ança de que, in­de­pen­den­te­mente das di­fi­cul­dades e obs­tá­culos, é com a luta que se en­con­tram as so­lu­ções».

«Foi a luta dos tra­ba­lha­dores que con­quistou cada di­reito, cada avanço. Será também com a luta que pros­se­gui­remos o ca­minho da va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores», disse ainda Je­ró­nimo de Sousa, dei­xando, a con­cluir, uma forte apelo à par­ti­ci­pação na ma­ni­fes­tação na­ci­onal con­vo­cada pela CGTP-IN para o dia 15 de No­vembro, em Lisboa.

 



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