Em co­mu­ni­cado emi­tido no dia 9, o Se­cre­ta­riado da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Al­garve do PCP de­nuncia a de­mo­lição, nos dois dias an­te­ri­ores, de mais um con­junto de ha­bi­ta­ções nos nú­cleos po­pu­la­ci­o­nais do Farol e dos Han­gares, na ilha da Cu­latra. As­cendem, assim, a 60 as casas que foram de­mo­lidas nas ilhas bar­reira da Ria For­mosa du­rante a vi­gência do ac­tual Go­verno, que pros­segue a po­lí­tica ini­ciada pelo seu an­te­cessor.

O Par­tido acres­centa que ar­gu­mento uti­li­zado, de «pro­tecção dos va­lores na­tu­rais» e «re­na­tu­ra­li­zação» das ilhas, pro­cura apenas es­conder o ver­da­deiro ob­jec­tivo que une PS, PSD e CDS: «a ex­pulsão das co­mu­ni­dades lo­cais destas ilhas para, acto con­tínuo, en­tregar este va­lioso pa­tri­mónio na­tural aos grandes in­te­resses pri­vados para que estes o ex­plorem em seu be­ne­fício». Para tal, não he­sitam em «sa­cri­ficar os di­reitos da­queles que tra­ba­lham e vivem nas ilhas-bar­reira e da­queles que as usam como es­paço de fruição».

Para lá dos ob­jec­tivos, de­nun­ciam os co­mu­nistas, também a es­tra­tégia uti­li­zada pelo Go­verno do PS é se­me­lhante à que antes usaram PSD e CDS: a di­visão entre quem vive num nú­cleo ha­bi­ta­ci­onal e noutro, entre pes­ca­dores/​ma­ris­ca­dores e de­mais uti­li­za­dores das ilhas, entre casas de pri­meira e se­gunda ha­bi­tação, entre quem tem casa perto da linha de água e um pouco mais longe.

Para lá dos ob­jec­tivos, também a es­tra­tégia uti­li­zada pelo Go­verno do PS é se­me­lhante à que antes usaram PSD e CDS: a di­visão entre quem vive num nú­cleo ha­bi­ta­ci­onal e noutro, entre pes­ca­dores/​ma­ris­ca­dores e de­mais uti­li­za­dores das ilhas, entre casas de pri­meira e se­gunda ha­bi­tação, entre quem tem casa perto da linha de água e um pouco mais longe. O Par­tido acusa ainda o PS de re­correr ao logro, por in­ter­médio de de­pu­tados, au­tarcas e di­ri­gentes lo­cais, que es­pa­lham pelas ilhas-bar­reira a «(falsa) ideia de que estas serão mesmo as úl­timas de­mo­li­ções e que, num fu­turo pró­ximo, se irá pro­ceder à le­ga­li­zação de todas as ou­tras ha­bi­ta­ções».

Lem­brando o pro­cesso desde o seu início, o PCP re­corda que «às de­mo­li­ções nos ilhotes da Ria For­mosa se­guiram-se de­mo­li­ções na praia de Faro; às de­mo­li­ções na praia de Faro se­guiram-se de­mo­li­ções no Farol e nos Han­gares; às de­mo­li­ções no Farol e nos Han­gares se­guir-se-ão novas de­mo­li­ções, nestes e nos ou­tros nú­cleos po­pu­la­ci­o­nais, até que PS, PSD e CDS atinjam o seu ob­je­tivo de ex­pulsar as co­mu­ni­dades lo­cais das ilhas-bar­reiras da Ria For­mosa». Só a luta e a união de todos quantos tra­ba­lham e vivem nestas ilhas po­derão travar este pro­cesso, ga­rante o PCP, re­a­fir­mando-lhes a sua total so­li­da­ri­e­dade.