Circular do Metro de Lisboa custaria mais de 200 milhões de euros

METRO A ser construída a Linha Circular do Metro de Lisboa, feriria os interesses da população da Área Metropolitana de Lisboa, em particular da Margem Norte, considera o PCP.

A decisão pela Circular implicará no futuro a sua correcção com o dispêndio desnecessário de recursos para o povo português

Em nota divulgada pelo seu Gabinete de Imprensa, faz hoje uma semana, o PCP reagiu ao investimento de 210 milhões de euros no Metropolitano de Lisboa, anunciado há dias pelo Governo com pompa e circunstância. Formações políticas, estruturas sindicais e de natureza social e autarcas fazem uma leitura que sustenta os argumentos dos comunistas sobre esse verdadeiro saque ao bolso dos contribuintes. Aquele montante seria aplicado com vantagens de sobra na recuperação, melhoria e alongamento da ferrovia urbana, afirma o Partido.

No documento tornado público recorda-se que «foi possível travar a privatização do Metropolitano de Lisboa (tal como da Carris e dos STCP), repor direitos aos trabalhadores e travar a profunda degradação desta infraestrutura que é estruturante para a mobilidade das populações do Área Metropolitana de Lisboa». Todavia, o «Governo minoritário do PS não rompeu com opções de política de direita e convergiu com PSD e CDS na falta de resposta aos muitos problemas que se colocam no funcionamento do Metro, não contratando os trabalhadores necessários, não investindo na infraestrutura e na manutenção e renovação de frotas, não modernizando a capacidade de resposta», insistem os comunistas.

Para o PCP, tal opção pela «Circular», que ligaria as linhas Amarela e Verde no Campo Grande e Cais do Sodré, com perda das estações de Santos e Estrela, custaria aos contribuintes mais de duzentos milhões de euros. O Governo «desconsidera e abandona o inadiável investimento, esse sim prioritário, para o Metro até à Zona Ocidental de Lisboa e até Loures».

Pior ainda: a decisão pela Circular «implicará no futuro a sua correcção com o dispêndio desnecessário de recursos para o povo português».

Margem Norte prejudicada

A referida opção abalroa os interesses da «população de Telheiras, prejudicada com o fim da sua ligação directa à Linha Verde», bem como das populações de Odivelas, Lumiar, Ameixoeira e Charneca, prejudicadas também com a sua ligação à Linha amarela. A decisão governamental vai contra a «população de Loures, que vê comprometida a expansão do seu concelho. Contra a população de Alcântara, da Ajuda, de Belém, prejudicadas com o adiamento sine die da expansão para a Zona Ocidental da Cidade».

Perante tal descalabro, o Partido exorta a que «não haja qualquer resignação com a tentativa de um projecto que dá corpo a uma opção errada e que deve ser travada». Neste sentido, vai promover em Lisboa, a 7 de Fevereiro, uma audição pública sobre a planificada circular, antecedida de uma grande mobilização e agitação dos cidadãos.



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