Pressão para reverter a decisão do povo britânico
BREXIT A rejeição do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, pelo Parlamento britânico, visa «reverter» a «decisão tomada pelo povo» daquele país, «desrespeitando a sua vontade soberana», considera o PCP.
Exige-se a ruptura com o rumo de desigualdade
Em nota do seu Gabinete de Imprensa, o Partido lembra que a decisão tomada anteontem, 15, pelo Parlamento britânico é «inseparável das pressões, chantagens e manobras» das «instituições» da União Europeia (UE) e da Grã-Bretanha.
«Na decisão do povo britânico (no plebiscito que aconteceu em 23 de Junho de 2016) está presente um profundo sentimento de rejeição da UE e das suas políticas que agridem os direitos e as aspirações dos trabalhadores e dos diferentes povos da Europa», assinalam os comunistas.
O Partido condena, por isso, a «campanha política e ideológica» em curso, bem como as recentes declarações do Governo português, que «deve intervir resolutamente», seja junto das autoridades do Reino Unido, seja na UE, «para assegurar a defesa dos direitos dos cidadãos portugueses que trabalham e vivem naquele país».
O Executivo PS tem ainda a obrigação de «tomar as iniciativas necessárias para promover as condições que assegurem o desenvolvimento de relações bilaterais mutuamente vantajosas entre Portugal e o Reino Unido, no quadro do respeito da soberania e igualdade de direitos de cada um dos países e dos direitos e aspirações do povo português e do povo britânico», reforçam os comunistas, sublinhando que «a defesa dos interesses de Portugal, do povo português, num qualquer cenário, não deve ser condicionada ou colocada em causa por quaisquer imposições ou constrangimentos da UE».
Solidariedade
O PCP reafirma a sua «solidariedade aos comunistas e outras forças progressistas britânicas que defendem e intervêm por um projecto progressista de saída do Reino Unido da UE» e reitera que «quer a decisão do povo britânico, quer o modo como até hoje foi conduzido o processo de saída, colocam com ainda maior premência a necessidade da defesa da soberania nacional e de uma outra Europa», de «cooperação entre Estados soberanos, iguais em direitos» e de «real cooperação, de solidariedade, respeitadora do direito ao desenvolvimento, de progresso social e de paz».
Por último, o Partido confirma a «necessidade» e a «possibilidade» de «uma ruptura com o rumo de desigualdade, dependência e abdicação nacional imposto a Portugal e ao povo português pela UE» e a «centralidade do imperativo nacional de construção de uma alternativa patriótica e de esquerda que enfrente a submissão ao Euro e às imposições da UE, recuperando para Portugal os instrumentos necessários ao seu desenvolvimento soberano».