PS quer «mãos livres» para fazer o que sempre fez
LUTA O tradicional jantar na Feira de Agosto, em Grândola, realizou-se na sexta-feira, 23, e contou com as intervenções do Secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa e de Francisco Lopes, primeiro candidato da CDU por Setúbal.
O reforço da CDU em votos e mandatos é objectivo eleitoral
Antes de visitar a Feira de Agosto, que para além dos espectáculos e outras diversões conta com pavilhões de produtores agrícolas locais, o Secretário-geral do PCP interveio perante centenas de activistas e apoiantes da CDU que preencheram por completo o pavilhão onde se realizou o jantar da CDU. Aí, o dirigente comunista referiu-se às declarações do presidente do PS, Carlos César, que nesse mesmo dia pedira, para o PS, uma «maioria clara» nas eleições legislativas para que não tenha, no futuro, que se sujeitar às «exigências de outros».
Ora, para Jerónimo de Sousa, as tais «exigências» que, segundo César, tanto pesarão ao PS, resultaram em benefícios para os trabalhadores, o povo e o País, em áreas tão determinantes como o aumento de salários, pensões e prestações sociais, o alargamento dos passes sociais e significativa redução dos seus custos, a gratuitidade dos manuais escolares, entre muitas outras.
O dirigente comunista acusou o PS de querer «ficar com as mãos livres» para implementar a sua política, sem qualquer tipo de constrangimentos. E que política é essa? A que sempre realizou e a que, mesmo ao longo dos últimos quatro anos, manteve nas questões essenciais, como é o caso da legislação laboral, cujo agravamento cozinhou com o patronato e a UGT e aprovou na Assembleia da República com PSD e CDS.
Reveladores das opções de fundo do PS são, ainda, os apoios públicos concedidos ao Novo Banco, a quem o Governo se prepara para entregar mais 570 milhões: «Não há dinheiro para acudir à saúde, atender às reivindicações dos trabalhadores, mas há para acudir ao Novo Banco, aos banqueiros e às suas vigarices», denunciou Jerónimo de Sousa.
Mais força para avançar
Antes, Francisco Lopes tinha já salientado a necessidade, que é ao mesmo tempo objectivo, de reforçar a CDU em votos e mandatos nas eleições legislativas de 6 de Outubro. No círculo eleitoral de Setúbal, onde a coligação PCP-PEV elegeu em 2015 quatro deputados, esse reforço traduzir-se-ia de imediato na eleição de Susana Espada, membro da Assembleia Municipal de Grândola, ali presente, que surge em quinto na lista.
O dirigente do PCP, deputado e primeiro candidato da CDU destacou que foi com a luta que se alcançou avanços significativos, também no Litoral Alentejano, como os que se fizeram sentir nos transportes públicos, que foram decisivos para a melhoria da mobilidade na região. É com essa mesma luta, e com a força com que a coligação sair das eleições, que será possível concretizar muito do que ainda falta: a requalificação do Hospital do Litoral Alentejano e a conclusão do troço do IP8 que liga Sines a Vila Verde de Ficalho são apenas dois dos projectos mencionados por Francisco Lopes.
O primeiro a intervir foi o presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes, que guiou depois a visita da delegação da CDU à Feira de Agosto.