Novo rumo e uma outra política para a Região da Madeira e para o País
CONFIANÇA No quadro da preparação das próximas eleições, mais de 250 pessoas participaram, domingo, no Funchal, num almoço-comício da CDU. Jerónimo de Sousa apelou ao voto na CDU para defender os trabalhadores e o povo.
Assegurar o desenvolvimento económico e o progresso social
Para além do Secretário-geral do PCP, a iniciativa contou com as intervenções de Herlanda Amado e de Edgar Silva, respectivamente, primeiros candidatos da CDU às legislativas de 6 de Outubro e às regionais de 22 de Setembro.
Jerónimo de Sousa começou por denunciar que na Madeira «há candidaturas que nadam em dinheiro». «Não são seguramente os interesses dos trabalhadores e do povo que patrocinam as campanhas milionárias que PS e PSD aqui têm em curso», assegurou, lembrando que «na CDU não há almoços grátis».
Ainda sobre as eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o Secretário-geral do PCP apontou o dedo às «almas inquietas» que andam a especular sobre «arranjos e arranjinhos futuros» e «quem vai ou quer ir para o governo regional», o que «já parece um leilão de lugares e de corrida para quem chega mais depressa aos cargos». «Da nossa parte a resposta é clara: o nosso lado é o dos trabalhadores e do povo», afirmou, frisando que cada voto e deputado eleito pela CDU constitui a mais «sólida garantia» para criar «medidas positivas para os trabalhadores e o povo».
Nesta matéria, Jerónimo de Sousa acusou ainda o PS-Madeira de não querer «romper com a política do PSD» e «continuar a fazer no essencial a mesma política, a servir os mesmos interesses económicos, a privilegiar os poderosos».
Novo rumo
Também Edgar Silva salientou que «fraude política», em «nome de uma dita mudança, não pode dar lugar à desesperança».
«Não podemos permitir que impere a desconfiança, nem que a frustração face à anunciada mudança dê lugar à abstenção. Não podemos deixar que a desilusão se torne em demissão», apelou o, também, Coordenador Regional do PCP, lembrando que é preciso «esclarecer que os partidos não são todos iguais», «dar mais força a quem está comprometido com a justiça social» e «apoiar quem está a sério, e sempre esteve, do lado das populações, com os trabalhadores, e tem provas dadas de que um novo rumo é possível nestas ilhas (Madeira e Porto Santo) a que pertencemos».
Trio da desgraça
Herlanda Amado acusou, por seu lado, PS, PSD e CDS de estarem unidos «em cada ataque feito aos trabalhadores, fazendo com que direitos conquistados, pela luta e a pulso, sejam roubados pelo trio da desgraça». «É preciso mobilizar o descontentamento e castigar aqueles que tudo prometem, devido à proximidade das eleições», disse a candidata à Assembleia da República.
Comentou ainda as recentes declarações de «um alto quadro do PS» que pediu a maioria absoluta para o partido que representa, de modo a «evitar as exigências excessivas de outros partidos». Referia-se às propostas da CDU, por exemplo, de aumento de salários, de trabalho com direitos e de direito à saúde, habitação ou educação.
Manifesto dá respostas
No dia 17 de Agosto, a CDU aprovou o manifesto eleitoral «Novo rumo: autonomia ao serviço dos trabalhadores e do povo», com seis grandes questões a que urge dar resposta.
«Valorizar o trabalho e defender o emprego com direitos» é o primeiro ponto do documento, onde se defende que «para travar a baixa natalidade, agravada no período da troika com a emigração massiva de jovens» é preciso «assegurar o direito a emprego estável e valorizado, com justas remunerações e compensações pelos custos de insularidade; garantir direitos sociais autonómicos e melhores condições de habitação e de vida; dar combate à precariedade e à desregulação dos horários de trabalho; criar incentivos à formação e qualificação dos jovens».
«Redução das desigualdades, eliminação da pobreza, correcção de assimetrias», «Defender a produção regional, promover o crescimento económico», «qualificação de serviços públicos para o século XXI», «Um elevado nível de investimento público» e «Preservação da natureza e combate à sua mercantilização» são outras das propostas da CDU.