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Pro­postas do PCP sobre ma­téria am­bi­ental es­ti­veram em de­bate, dia 28 de Maio, no Par­la­mento. Tratou-se, em con­creto, de dois di­plomas, um com al­te­ra­ções ao re­gime ju­rí­dico de ava­li­ação de im­pacto am­bi­ental (AIA), o outro pro­pondo a cri­ação do re­gime de ava­li­ação de in­ci­dên­cias am­bi­en­tais de pro­jectos agrí­colas, em re­gime in­ten­sivo e super-in­ten­sivo, ac­ti­vi­dades in­dus­triais co­nexas e uti­li­za­ções não agrí­colas de solos de Re­serva Agrí­cola Na­ci­onal.

Ambos chum­baram às mãos de PS, PSD, IL e CDS (este úl­timo, abs­teve-se no pri­meiro dos di­plomas), em vo­tação de que es­teve au­sente o Chega. As res­tantes ban­cadas e de­pu­tados vo­taram fa­vo­ra­vel­mente.

Apesar de ser um ins­tru­mento fun­da­mental para a sal­va­guarda do am­bi­ente e das po­pu­la­ções, so­bre­tudo pelo seu papel pre­ven­tivo, a ver­dade é que a apli­cação do ac­tual re­gime «não tem sido su­fi­ci­ente para pro­teger os va­lores» que é su­posto de­fender, como ob­servou a de­pu­tada co­mu­nista Alma Ri­vera.

Me­lhorá-lo foi, pois, o que se propôs fazer o PCP, por via de uma maior abran­gência dos pro­jectos a sub­meter a Apre­ci­ação Prévia, bem como através da «va­lo­ri­zação e dig­ni­fi­cação da par­ti­ci­pação pú­blica», tor­nando-a «mais efec­tiva».

Al­te­ra­ções a que não anuíram o PS nem as ban­cadas à sua di­reita - e foi pena. É que no fu­turo, em caso de apro­vação, exem­pli­ficou Alma Ri­vera, tais al­te­ra­ções «fa­riam toda a di­fe­rença» em casos como os dos grandes pro­jectos de cul­turas su­pe­rin­ten­sivas, para pro­teger a Serra d’Arga ou para re­gular a ins­ta­lação das mega cen­trais fo­to­vol­taicas.

Si­tu­a­ções que têm igual­mente a ver, aliás, com o outro pro­jecto de lei do PCP, que pro­punha a cri­ação do re­gime de Ava­li­ação de In­ci­dên­cias Am­bi­en­tais. Em qual­quer da­queles casos, re­alçou o de­pu­tado co­mu­nista João Dias, em causa está uma pro­funda al­te­ração no uso do solo, com mu­danças pro­fundas no modo de pro­dução agrí­cola (super-in­ten­sivo as­sente na sobre-ex­plo­ração da terra, com uti­li­zação mas­siva de agroquí­micos), acom­pa­nhada da ins­ta­lação de uni­dades in­dus­triais co­nexas. Si­tu­ação pre­o­cu­pante é ainda a uti­li­zação de ex­tensa áreas de solos com ap­tidão agrí­cola para fins não agrí­colas, re­alçou João Dias, mos­trando assim a im­por­tância de ter um re­gime de ava­li­ação de in­ci­dên­cias am­bi­en­tais, como «peça ne­ces­sária» para o li­cen­ci­a­mento de pro­jectos, pro­te­gendo o am­bi­ente a as po­pu­la­ções.



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