Enfermeiros de Portland avançam para a greve

António Santos

Mais de 2000 enfermeiros de Portland, Oregon, nos EUA, autorizaram o sindicato a avançar para a greve. A esta exigência formal, exigida pela lei estado-unidense, os enfermeiros responderam com um voto quase unânime, traduzindo em votos a manifestação que, no passado dia 20, reuniu milhares de enfermeiros em frente à sede da Providence Health & Services, uma empresa próxima da Igreja Católica que detém cerca de 50 hospitais nos EUA.

A principal exigência dos enfermeiros é um novo contrato: milhares de enfermeiros trabalham sem qualquer espécie de contrato de trabalho desde que o anterior caducou, há mais de um ano, por vontade dos patrões. O sindicato exige que o novo contrato inclua aumentos salariais, contratação de mais enfermeiros, critérios de segurança e qualidade mais exigentes e direito a baixas médicas e de apoio à família pagas na totalidade.

Segundo o sindicato, a Organização dos Enfermeiros de Oregon, desde que o contrato caducou, a regulamentação da profissão desapareceu na prática e estes trabalhadores têm sido obrigados a fazer dezenas de horas extraordinárias todas as semanas e a assumir sozinhos a responsabilidade pelo bem-estar de um número de pacientes que exigiria o triplo dos profissionais disponíveis.

Segundo dados do sindicato, mais de 70 por cento dos enfermeiros do Hospital de Providence dizem estar exaustos física e emocionalmente, tendência que se tem reflectido num recorde de demissões: só em 2022, 27,1 por cento dos enfermeiros desta cadeia de hospitais apresentou a demissão e um terço dos restantes disse planear fazê-lo durante este ano.

Mesmo depois de 45 reuniões com o sindicato, os directores executivos da Providence Hospital mostram-se irredutíveis e sem abertura para ceder às principais exigências dos enfermeiros. Em sentido contrário, a Providence Health & Services ocupa a quarta posição na lista dos sistemas de saúde mais lucrativos dos EUA.




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