África do Sul exige fim das sanções unilaterais

A África do Sul re­clama dos EUA a re­visão das san­ções uni­la­te­rais que aplicam a nu­me­rosos países. Pre­tória apelou igual­mente a Washington a re­núncia à lei sobre as ditas «ac­ti­vi­dades ma­lignas» da Rússia em África.

África do Sul con­si­dera que as san­ções uni­la­te­rais pre­ju­dicam os povos

A mi­nistra sul-afri­cana dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Na­ledi Pandor, con­si­dera que os EUA de­ve­riam pôr fim às san­ções uni­la­te­rais que lesam os in­te­resses de múl­ti­plos países.

«Há sempre um pro­blema com as san­ções uni­la­te­rais e os seus im­pactos em nu­me­rosos países que estão en­vol­vidos num de­ter­mi­nado con­flito. É por isso que nós dis­semos aos nossos co­legas dos EUA que pre­ten­demos que re­vejam as suas san­ções uni­la­te­rais, que não são uma es­tra­tégia útil para re­solver pro­blemas», afirmou.

A go­ver­nante sul-afri­cana citou como exem­plos as san­ções contra o Zim­babwé, a Ve­ne­zuela e Cuba, as quais, em­bora «uni­la­te­rais», atingem nu­me­rosos países e criam-lhes graves pro­blemas. Acres­centou que o seu país po­deria aceitar san­ções quando o di­reito hu­ma­ni­tário ou in­ter­na­ci­onal é vi­o­lado, mas não «quando sen­timos que elas são im­postas uni­la­te­ral­mente sem uma de­cisão da ONU».

Pandor con­si­derou que o pro­jecto de lei dos EUA contra ditas «ac­ti­vi­dades ma­lignas» da Rússia em África é con­trário ao di­reito in­ter­na­ci­onal e deve ser re­vo­gado. «En­tendo que este pro­jecto de lei deve ser re­vo­gado porque é ab­so­lu­ta­mente in­fun­dado, con­trário ao di­reito in­ter­na­ci­onal, e demos a co­nhecer isto aos co­legas dos EUA», in­sistiu.

A go­ver­nante sul-afri­cana fez estas de­cla­ra­ções em vés­peras da vi­sita de tra­balho a Pre­tória, esta se­mana, do mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros da Rússia, Ser­guei La­vrov. O chefe da di­plo­macia russa es­teve também em An­gola e Eswa­tini (ex-Su­a­zi­lândia).

Em Pre­tória, onde foi re­ce­bido pelo pre­si­dente Cyril Ra­maphosa, La­vrov abordou com Pandor o re­forço das re­la­ções bi­la­te­rais e a co­o­pe­ração mul­ti­la­teral no quadro dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Os dois mi­nis­tros pro­nun­ci­aram-se ainda sobre os pró­ximos exer­cí­cios mi­li­tares na­vais con­juntos entre África do Sul, Rússia e China, em Fe­ve­reiro, em águas sul-afri­canas. Os exer­cí­cios na­vais entre países amigos são «uma prá­tica normal», re­a­li­zados por «três países so­be­ranos sem vi­olar ne­nhuma norma do di­reito in­ter­na­ci­onal», des­ta­caram.




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