Burquina Faso exige retirada das tropas francesas
O governo do Burquina Faso concedeu no dia 21 o prazo de um mês para a retirada das tropas francesas estacionadas naquele país da África Ocidental.
As autoridades de Uagadugu esclareceram que a decisão não significa o corte de relações com Paris mas expressa a vontade burquinesa de assumir de forma soberana a sua defesa. Em Fevereiro de 2022, também o vizinho Mali ordenara a expulsão do contingente militar francês, ali presente há quase uma década.
A decisão do Burquina Faso segue-se a uma série de protestos populares, na capital, a exigir a saída dos 400 soldados franceses de um destacamento de operações especiais alojados na base militar de Kamboinsin, na zona do Sahel.
A presença de forças francesas, a pretexto de defender o país de ataques do exterior, não impediu que o Burquina Faso seja alvo de constantes acções de bandos terroristas. A actual junta militar acusa mesmo as tropas francesas de ajudar os grupos jihadistas que controlam zonas do norte e centro do país, além de participar numa conspiração para derrubar o governo.
A 30 de Setembro último, oficiais liderados pelo capitão do exército Ibrahim Traoré derrubaram o chefe da anterior junta militar, tenente-coronel Paul-Henri Damiba, que chegara ao poder através de um golpe de Estado, em Janeiro do ano passado.
O Burquina Faso, antiga colónia francesa sob o nome de Alto Volta, independente desde 1960, vive, a par da instabilidade na sua segurança, uma severa crise social e económica.