Cuba não será amedrontada por agressões nem atraiçoará a sua história de resistência

O presidente Miguel Díaz-Canel afirmou que Cuba não será amedrontada pelas agressões do imperialismo norte-americano nem atraiçoará a sua história de resistência, dignidade e defesa da justiça social.

O chefe do Estado cubano discursava na VII Cimeira da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que decorreu em Buenos Aires na terça-feira, 24. Participaram representantes de 33 países membros deste mecanismo regional, criado em 2011 em Caracas, como espaço para a integração latino-americana.

Díaz-Canel agradeceu aos países membros da organização pelo seu contundente protesto contra o bloqueio ilegal imposto à ilha pelos Estados Unidos da América e pela exigência de retirar Cuba da lista, elaborada por Washington, dos Estados que supostamente «patrocinam o terrorismo».

«O governo dos EUA insiste em destruir o modelo de desenvolvimento que soberanamente os cubanos decidiram construir, mediante uma política cruel, ilegítima, ilegal e imoral de asfixia económica», disse aos seus pares reunidos na capital argentina. Mais: os EUA valem-se da sua hegemonia tecnológica e de controlo dos meios de comunicação e das plataformas digitais para executar operações de desestabilização, uma guerra mediática sem precedentes, e promover a chamada «mudança de regime», com o respaldo de dezenas de milhões de dólares do orçamento federal. «A sua decisão infundada e unilateral de incluir Cuba na espúria lista de Estados que supostamente patrocinam o terrorismo impacta severamente as nossas aspirações ao desenvolvimento», acentuou.

Cuba, insistiu, não será amedrontada por tais agressões. «Não vamos atraiçoar a história de resistência, dignidade e defesa da justiça social que converteu a Revolução Cubana em força emancipadora dos seres humanos», assegurou.

No seu discurso, Díaz-Canel ressaltou que Cuba não se limita a resistir e não deixou de criar, nos duros anos de enfrentamento da pandemia de Covid-19 e de bloqueio recrudescido pelas 243 medidas aplicadas pela administração do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Apesar disso, as vacinas, as dezenas de novos medicamentos e protocolos de seguimento de doenças, bem como novos equipamentos e tratamentos, confirmam o valor dessa resistência criativa da ilha.

 

Díaz-Canel e Lula da Silva
dialogam em Buenos Aires

Os presidentes cubano e brasileiro reuniram-se em Buenos Aires, no âmbito da VII Cimeira da Celac, marcada precisamente pelo regresso do Brasil à organização, após o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Este foi o primeiro encontro entre Miguel Díaz-Canel e Luís Inácio Lula da Silva desde que este último tomou posse como chefe do Estado do Brasil, no dia 1 deste mês. Antes, os dois presidentes conversaram telefonicamente em várias ocasiões, a última delas após as acções golpistas levadas a cabo por bolsonaristas em Brasília.

Agora, na capital argentina, Díaz-Canel celebrou o retorno do Brasil à Celac e expressou a Lula o seu apoio e a solidariedade perante os actos violentos e antidemocráticos que visaram gerar o caos e desrespeitar a vontade maioritária do povo brasileiro.

Na véspera, o presidente brasileiro condenou o bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA a Cuba há mais de seis décadas.




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