Apoiado pelos EUA, Israel continua política genocida na Faixa de Gaza

Apoiado pelos Estados Unidos da América e aliados, Israel continua a política genocida contra os palestinianos na Faixa de Gaza, ignorando ostensivamente a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas e as novas medidas cautelares adoptadas pelo Tribunal Internacional de Justiça que exigem um cessar-fogo e o fim do cerco e bloqueio ao enclave.

Israel ignora decisões do Conselho de Segurança e do Tribunal Internacional de Justiça da ONU

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, adoptou novas medidas cautelares, no quadro da queixa apresentada pela África do Sul contra Israel sobre a agressão aos palestinianos na Faixa de Gaza.

O TIJ, com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Delito de Genocídio, observa que «as catastróficas condições de vida dos palestinianos na Faixa de Gaza deterioraram-se ainda mais, em particular perante a prolongada e generalizada privação de alimentos e outras necessidades básicas».

Assinala que na Faixa de Gaza já existe fome, com a morte de pelo menos 31 pessoas, entre elas 27 crianças, por malnutrição e desidratação, segundo um relatório do Gabinete de Assuntos Humanitários das Nações Unidas.

Assim, o TIJ reafirmou a decisão cautelar tomada em Janeiro e exortou Israel a adoptar as medidas necessárias, em cooperação com a ONU, para garantir o fornecimento de serviços básicos e de assistência humanitária aos palestinianos no enclave, inclusivamente com o aumento de postos de passagem.

E instou Israel «a garantir que as suas forças militares não violam os direitos da população palestiniana em Gaza, mediante acções que impedem o acesso à ajuda humanitária, e a apresentar, no prazo de um mês, um relatório sobre a implementação das medidas indicadas».

ONG atacada por Israel
Responsáveis da ONU condenaram o assassinato de sete trabalhadores humanitários da organização não-governamental (ONG) World Central Kitchen (WCK) em resultado de um ataque aéreo militar israelita em Gaza.

O coordenador humanitário das Nações Unidas para a Palestina, recordou na terça-feira, 2, que o facto não é isolado e voltou a apelar que Israel respeite o direito internacional.

Pelo menos 196 trabalhadores humanitários foram assassinados na Palestina desde início de Outubro até 20 de Março último.

Por sua parte, um responsável dos Assuntos Humanitários da ONU repudiou o ataque e considerou as vítimas como «heróis, assassinados enquanto tentavam alimentar pessoas famintas».

A Organização Mundial da Saúde confirmou, entretanto, que a missão da WCK foi coordenada de antemão com as autoridades militares israelitas e as viaturas bombardeadas em Deir Al-Balah estavam bem sinalizadas. Apesar disso, o comboio automóvel foi atacado quando a equipa tinha descarregado mais de 100 toneladas de ajuda alimentar chegada a Gaza por rota marítima.

Mais presos na Cisjordânia
Quase 7.900 palestinianos foram presos pelo exército e a polícia israelitas na Cisjordânia desde início de Outubro de 2023, denunciaram três organizações em Ramala.

A Comissão para Assuntos de Ex-Prisioneiros, a Associação de Prisioneiros Palestinianos e a Fundação Addameer revelaram que é impossível saber a quantidade de prisioneiros na Faixa de Gaza, sob ataque há quase seis meses.

Do total de presos, 258 são mulheres e mais de 500 são menores de idade.

As três instituições criticaram a escalada de crimes e violações nos cárceres israelitas, que incluem agressões violentas e ameaças contra os detidos palestinianos e as suas famílias.

Referiram que, desde início de Outubro, no mínimo 13 presos morreram nas prisões de Israel.

Mais de nove mil palestinianos estão presos actualmente em Israel, um número que é o dobro do indicado antes do início da agressão israelita.

Israel mantém silêncio sobre os milhares de presos de Gaza, cujo paradeiro se desconhece.

Protestos contra a guerra
Dezenas de milhares pessoas manifestaram-se no domingo, 31 de Março, em Jerusalém, defronte do parlamento israelita, exigindo o fim da guerra, o regresso dos israelitas detidos pelas milícias palestinianas em Gaza. a demissão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e do seu governo de extrema-direita e a convocação de eleições antecipadas.

Dirigentes e outros militantes do Partido Comunista de Israel e activistas da coligação de esquerda Hadash, com representação parlamentar, participaram na manifestação, a maior desde o início da agressão, que já provocou mais de 32 mil mortos e 75 mil feridos, a maior parte mulheres e crianças.

EUA bombardeiam Iémen
Forças dos EUA e aliados atacaram a região de Taif, no distrito de Ad-Durayhimi, a sul da província costeira de Hodeidah, no oeste do Iémen.

Estes ataques são uma tentativa de «dissuadir» o movimento Ansar Allah, dos hutíes, a continuar a apoiar a causa palestiniana.

O general de brigada Yahya Saree, confirmou o êxito de seis operações recentes com mísseis e drones no Mar Vermelho e uma acção dirigida a dois contra-torpedeiros norte-americanos na zona.

Os hutíes afirmam que as acções continuarão enquanto não for proclamado um cessar-fogo e levantado o cerco israelita à Faixa de Gaza. Atacam no Golfo de Aden e no Mar Vermelho todos os navios relacionados com Israel, em resposta às agressões contra os palestinianos.

Israel ataca consulado do Irão em Damasco
Israel bombardeou e destruiu, na segunda-feira, 1, o consulado do Irão em Damasco, provocando diversos mortos e feridos. Sete assessores militares da Guarda Revolucionária do Irão, entre os quais dois generais, perderam a vida no ataque.

O Irão tem milícias e assessores militares na Síria, a pedido do governo desse país árabe, para auxiliar na luta contra o terrorismo.

O ataque no dia 1 ocorreu menos de 24 horas depois de um bombardeamento, também com mísseis, nos arredores de Damasco, que provocou diversos feridos. Outra agressão semelhante foi registada na província nortenha síria de Alepo, onde mais de 40 militares e civis morreram.

Com o bombardeamento israelita contra o consulado iraniano na capital síria, elevam-se a 31, só em 2024, os ataques israelitas contra território da Síria, a pretexto de golpear «milícias pró-iranianas».

 

Reforçar a solidariedade com o povo da Palestina

Por ocasião do Dia da Terra palestiniana, a 30 de Março, o MPPM (Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente) divulgou uma nota em que sublinha a necessidade de prosseguir, também em Portugal, «o amplo movimento de solidariedade com o povo da Palestina».

Por sua vez, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) assinalou este Dia relembrando a greve geral e as grandes manifestações de 1976 contra a ilegal confiscação de terras palestinianas por parte de Israel, em que tropas israelitas assassinaram seis jovens palestinianos na Galileia.

Lembrou ainda que «há décadas que o CPPC tem vindo a denunciar a situação que se vive na Palestina, onde Israel continua a sua brutal política de ocupação, colonização e opressão, privando o povo palestiniano do direito à justiça, à liberdade, à paz.»

Quer o MPPM quer o CPPC convocam todos quantos exigem o fim do genocídio e a imposição de um real cessar-fogo, e todos os apoiantes da causa palestiniana e da Paz no Médio Oriente, para a participação na manifestação convocada pelo MPPM, pela CGTP-IN, pelo CPPC (Conselho Português para a Paz e a Cooperação) e pela Associação Juvenil Projecto Ruído, no próximo sábado, 6 de Abril, em Lisboa, com partida às 15 horas da Embaixada de Israel e termo na Assembleia da República.

 



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