Governo da Venezuela rejeita ingerências dos EUA
Realizam-se a 28 de Julho próximo eleições presidenciais na República Bolivariana da Venezuela. É a 31.ª vez que os venezuelanos são chamados às urnas desde o começo da Revolução bolivariana, há 25 anos. As autoridades venezuelanas denunciam campanhas orquestradas pelos EUA e pela extrema-direita no sentido de retirar legitimidade às eleições democráticas, às quais concorrem 13 candidatos, 12 dos quais conotados com forças da oposição.
Venezuelanos vão às urnas pela 31.ª vez nos últimos 25 anos
O governo venezuelano rejeitou de maneira categórica o comunicado dos Estados Unidos da América (EUA), face ao qual, considera que os chefes da operação contra o país sul-americano mostram finalmente o rosto.
Washington «tenta não reconhecer e deslegitimar as próximas eleições presidenciais» na Venezuela, marcadas para 28 de Julho, denunciou em Caracas uma nota do Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores.
Assinala que, perante o sistema eleitoral venezuelano, testado em mais de 30 eleições desde 1998, a Administração norte-americana pretende «minimizar a participação de 37 forças políticas» a nível nacional, que abarcaram o amplo espectro político. E relembra que foram inscritos 13 candidatos às eleições presidenciais, entre eles 12 identificados com a oposição.
Os EUA, indica a nota, procuram ocultar que foram «as próprias dinâmicas internas das oposições venezuelanas» que acabaram por retirar espaço a sectores políticos comprometidos com «acções terroristas, inconstitucionais, antidemocráticas e violentas».
Sublinha que de forma reiterada tais sectores demonstraram «não ter intenções sinceras» de apresentar-se eleitoralmente perante o povo mas, ao contrário, pretender levar a cabo acções visando «garantir os interesses norte-americanos» e os dos nomes «sonantes» da oligarquia venezuelana.
Enfatiza que a Venezuela cumpriu cabalmente não só as normas legais e constitucionais para realizar as eleições presidenciais, mas também cada ponto do acordo assinado entre o governo venezuelano e a autodenominada Plataforma Unitária, oposicionista.
Afirma que tal contrasta com a «sabotagem permanente contra o Acordo de Barbados [de Outubro de 2023] e os demais acordos alcançados nos diálogos directos entre os governos dos EUA e da República Bolivariana».
O texto destaca que a Venezuela está «orgulhosa do seu sistema eleitoral e deseja manter a paz, o crescimento económico e a estabilidade política nacional». E acentua que, face a esta nova intenção dos EUA de optar pelo caminho contra a democracia venezuelana, «a dignidade bolivariana fará com que fracassem uma e outra vez».
Que cessem as campanhas contra a Venezuela
O presidente Nicolás Maduro apelou a que cessem as campanhas contra a Venezuela e assegurou que haverá eleições presidenciais a 28 de Julho, «verificáveis e garantidas».
Denunciou que, por detrás dessas cruzadas desqualificadoras está a extrema-direita e os EUA, que pretendem deslegitimar a eleição, a 31.ª que se realiza desde a vitória da Revolução bolivariana, há um quarto de século.
Manifestou que «começou o circo» e há «nervos em Washington, nos apelidos da oligarquia e na direita regional», pelo que instou a acabar com esses nervos, já que a Venezuela tem «o sistema eleitoral mais confiável e transparente do mundo».
Insistiu que se trata do sistema «mais fiável, transparente e inspeccionado» do planeta, que pode ser verificado antes, durante e depois das eleições, e sujeito a uma dezena de auditorias. Asseverou que o imperialismo gosta de jogar com antecipação e apoia toda a campanha que prejudique a Venezuela, mentindo sobre o sistema eleitoral do país e as suas garantias. E disse que, no final, vai impor-se a verdade sobre a República Bolivariana.