Israel e EUA ameaçam estender a guerra ao Líbano
O governo de Israel anunciou que a agressão à Palestina vai prosseguir e, com o apoio dos EUA, ameaça estender a guerra ao Líbano. Entretanto, as forças israelitas continuam os massacres na Faixa de Gaza e os ataques na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Primeiro-ministro israelita anuncia reforço de tropas na zona fronteiriça com o Líbano
Os EUA ajudarão Israel «em tudo o que for necessário», no caso de um conflito militar em grande escala com o movimento Hizbollah (Resistência Islâmica), do Líbano, noticiaram meios de comunicação norte-americanos, citando fontes da administração Biden. A informação surge depois de uma reunião em Washington em que participaram responsáveis israelitas e norte-americanos.
A garantia de que os EUA estão «totalmente preparados para apoiar o seu aliado» coincide com o aumento dos ataques de Israel às populações no sul do Líbano e a intensificação das respostas militares do Hizbollah.
Já no início desta semana, o primeiro-ministro de Israel confirmou o próximo envio de mais tropas de Telavive para a fronteira com o Líbano. Em entrevista a um canal televisivo israelita, Benjamin Netanyahu disse que a fase de «ataques intensos» na Faixa de Gaza terminará «muito em breve» mas que a guerra continuará e Israel reforçará o seu dispositivo militar no norte, na fronteira com o Líbano.
Entretanto, não cessaram nos últimos dias os ataques israelitas e cresce o número mortos e feridos palestinianos na Faixa de Gaza, sob fogo há quase nove meses. Foram noticiados bombardeamentos aéreos no centro e na periferia da cidade de Gaza e o lançamento de mísseis contra os campos de refugiados de Nuseirat e de Al-Shati, provocando dezenas de mortos e feridos.
Foram também reportados ataques contra o centro e o sul da cidade de Rafah, alvo desde Maio de uma acção militar pelas forças ocupantes. Antes do ataque militar israelita, estavam refugiados na cidade mais de um milhão de palestinianos, agora a ONU estima que permaneçam ali 65 mil pessoas. O exército israelita ocupou o vizinho posto fronteiriço de Rafah, que durante meses foi a única porta de Gaza para o exterior e por onde entravam alimentos, água, combustível e medicamentos, embora de forma insuficiente.
Desde Outubro do ano passado, a guerra genocida de Israel provocou mais de 120 mil mortos, feridos e desaparecidos na Faixa de Gaza.
Também na Cisjordânia aumentou a repressão israelita. Só no domingo, 23, dezenas de palestinianos foram feridos ou presos durante incursões do exército em diversas partes do território ocupado. A aldeia de Tuqu; o povoado de Ain al-Sultan, em Jericó; a localidade de Al-Ram, a norte da zona ocupada de Jerusalém Oriental; as cidades de Anabta e Kafr al-Labad, no norte da Margem Ocidental; e as cidades de Nablus e Qalqilia – foram alvos de ataques israelitas.
As forças de segurança e os colonos israelitas mataram, em menos de nove meses, mais de 540 palestinianos na Cisjordânia. Nesse período, foram feridos 5200 cidadãos e presos mais de 9300.
Em Ramalah, o presidente do Conselho Nacional Palestiniano, Rawhi Fattouh, acusou mais uma vez o exército israelita de perpetrar massacres em Gaza. As operações militares do «governo racista» de Telavive são «uma guerra de vingança contra as crianças, as mulheres e a população em geral», afirmou o dirigente palestiniano.
Fattouh criticou o apoio de alguns países a Israel, o principal aliado dos EUA no Médio Oriente. E advertiu que «enquanto houver países que apoiem e tentem interferir nas decisões dos tribunais internacionais (…) e ofereçam apoio militar e imunidade diplomática à entidade ocupante, ela continuará a cometer mais crimes e assassinatos».