Colômbia necessita da Reforma Agrária

O pre­si­dente da Colômbia, Gus­tavo Petro, de­nun­ciou a dis­tri­buição «feudal e ir­ra­ci­onal» da terra no país. Con­si­derou fun­da­mental a im­ple­men­tação de uma Re­forma Agrária que en­tregue terra fértil aos cam­po­neses para im­pul­si­onar a pro­dução de ali­mentos e di­na­mizar pro­cessos agroin­dus­triais que de­sen­volvam o sector.

A vi­o­lência que as­solou a Colômbia nos úl­timos 75 anos deve-se também à con­cen­tração da terra em poucas mãos

O pre­si­dente Gus­tavo Petro de­nun­ciou uma vez mais que a dis­tri­buição da terra na Colômbia con­tinua a ser «feudal e ir­ra­ci­onal» porque a terra não é uti­li­zada para a pro­dução de ali­mentos.

O pre­si­dente co­lom­biano pro­feriu estas de­cla­ra­ções du­rante a inau­gu­ração da pri­meira edição da Feira da Agri­cul­tura Cam­po­nesa, Fa­mi­liar e Co­mu­ni­tária «Me­lhor Co­lom­biano», or­ga­ni­zada em Bo­gotá pelo Mi­nis­tério da Agri­cul­tura e De­sen­vol­vi­mento Rural. Par­ti­ci­param no cer­tame, que de­correu no úl­timo fim-de-se­mana, mais de um mi­lhar de as­so­ci­a­ções e or­ga­ni­za­ções de pro­du­tores dos 32 de­par­ta­mentos do país.

Na sua in­ter­venção, Petro apro­veitou para alertar que a agri­cul­tura do país ocupa apenas cinco mi­lhões e meio de hec­tares de terra, dos 40 mi­lhões dis­po­ní­veis, en­quanto o resto, sendo terra fértil para cul­tivar, é uti­li­zado em ex­plo­ra­ções pe­cuá­rias ex­ten­sivas, com o que se perde um dos fac­tores de pro­dução que po­deria gerar mais ri­queza na Colômbia.

Se­gundo re­feriu, a vi­o­lência que as­solou o país nos úl­timos 75 anos deve-se também à con­cen­tração da terra em poucas mãos, re­a­li­dade que evi­dencia a ine­xis­tência de uma po­lí­tica de­mo­crá­tica em dois sé­culos de vida re­pu­bli­cana.

O pre­si­dente re­cordou que, em­bora no Acordo de Paz de 2016, as­si­nado entre o Es­tado e o mo­vi­mento guer­ri­lheiro Forças Ar­madas Re­vo­lu­ci­o­ná­rias da Colômbia-Exér­cito do Povo, se tenha acor­dado en­tregar ao cam­pe­si­nato três mi­lhões de hec­tares de terras, até hoje apenas foram en­tre­gues 110 mil hec­tares. Ex­plicou que uma das ques­tões que im­pede o normal fun­ci­o­na­mento desse pro­cesso é o con­luio entre a ex­trema-di­reita e a ma­gis­tra­tura, que im­pede nos tri­bu­nais a compra de terras pelo go­verno aos la­ti­fun­diá­rios, de ma­neira rá­pida, para as en­tregar aos cam­po­neses.

 



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