No Encontro Nacional de Direcções Associativas (ENDA) realizado no dia 23 de Junho, em Setúbal, foi aprovada, por maioria simples, uma moção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (AEFLUL) «Por uma verdadeira integração dos estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa» (PALOP), assente nos valores da cooperação e da solidariedade entre os povos. Segundo a AEFLUL, esta moção «é de enorme importância» por «denunciar» muitos dos problemas e dificuldades vividas pelos estudantes oriundos dos países PALOP.

Pergunta ao Governo
No início deste mês de Junho, o Grupo Parlamentar do PCP endereçou uma pergunta ao ministro da Educação, Ciência e Inovação onde se revela que «os processos que permitem o ingresso» dos estudantes dos PALOP nas mais variadas instituições de Ensino Superior do País, «para além de demorados, omitem muitas vezes dados bastante relevantes sobre as condições que esperam os estudantes aquando as sua chegada a Portugal». Entre muitos problemas, os comunistas referem o facto de as reduções previstas no valor da propina «nem sempre» se verificarem e o encerramento de muitas residências no período de Verão. Preocupante é também a questão do acesso a aulas de português.

«Sem um processo de integração dos estudantes PALOP que corresponda às necessidades reais dos mesmos, existe cada vez mais uma exclusão destes estudantes das dinâmicas académicas que caracterizam o Ensino Superior português. Sem a regularização destes problemas aquilo que existe não é integração, mas sim marginalização», afirmam os deputados do PCP.