Estudantes do ensino superior afirmam o caminho que se exige

Sob o mote «Venha Quem Vier, Não Recuamos!», diversas estruturas representativas do movimento associativo estudantil, que tinham já construído o apelo «Não Recuamos, Gratuitidade Já!», tendo este desaguado na manifestação nacional do passado dia 24 de Março, avançaram com nova semana de luta, animada por centenas de estudantes em vários pontos do País, entre 21 e 28 de Maio.

«os estudantes precisam é de retomar o caminho de Abril»

Mesmo antes de serem conhecidos os resultados das eleições legislativas de 18 de Maio, já o movimento associativo estudantil dava o sinal que se impunha, ao apelar aos estudantes de todo o País a organizarem acções de luta nas suas respectivas Instituições de Ensino Superior. Os estudantes não faltaram à convocatória e afirmaram as soluções que continuam a ser ignoradas pelos sucessivos governos enquanto seguem traçando o caminho da privatização da Educação.

Em nota de imprensa, as diferentes associações de estudantes dinamizadoras deste apelo (AEESAD-CR; AEESML; AEESTC; AEFAUP; AEFBAUL; AEFCSH; AEFLUL; AEFPIE-UL e AEISPA) afirmaram que os estudantes estão «fartos de promessas e anúncios antecipados que nunca se concretizam» e só com a luta «em unidade e convergência»se alcançarão as tão profundas transformações necessárias. Lembraram ainda que, quando «confrontados com um Governo que quis aumentar a propina», os estudantes souberam «resistir e impedir o seu aumento», referindo-se às acções dos passados dias 9 de Outubro e 24 de Março.

As estruturas construíram ainda um caderno reivindicativo onde, por todos «aqueles que ou não entram no barco ou saltam borda fora a meio da viagem por não terem dinheiro para estudar», reiteram que as coisas não podem continuar assim. As reivindicações que constam neste caderno são: o fim da propina, taxas e emolumentos em todos os graus de ensino; o cumprimento e alargamento do PNAES; o aumento do valor de referência das bolsas e alargamento das condições de acesso às mesmas; o reforço do número de psicólogos nas IES; fixação do custo da refeição social; uma revisão democrática do RJIES; mais condições materiais e o fim do subfinanciamento crónico.

«Vão continuar a levar connosco»

A entrega deste mesmo caderno reivindicativo ao Governo realizou-se, na passada quinta-feira, em Lisboa. Entrega que ficou marcada pelo espírito combativo dos muitos estudantes que nela participaram e, desde o momento em que subiram a rua rumo à Caixa Geral de Depósitos, e até ao fim da concentração, não deixaram de entoar palavras de ordem em torno da necessidade do fim da propina e do reforço do alojamento público.

Antes do momento da entrega, intervieram David Talete (membro da AEFLUL) e Guilherme Vaz (presidente da AEFCSH). O primeiro reforçou a importância de dar continuidade a esta luta de todos os estudantes que «querem um futuro, que querem trabalhar no que mais gostam sem emigrar» e não «se acanham perante a ameaça desta nova composição do parlamento» Já o segundo fez questão de recordar aqueles que esfregam as mãos «completamente convencidos de que é agora a hora da machadada final em Abril», que «podem continuar a fingir que não nos vêem e que está tudo bem», «mas vão continuar, até que se cumpram os nossos anseios e reivindicações, a levar connosco.»

Acções por todo o país

Para além deste momento em Lisboa, foram muitas outras as acções onde os estudantes discutiram os seus problemas, afirmaram a justeza das reivindicações traçadas e fizeram as suas vozes serem ouvidas. Desde as tribunas públicas organizadas pelos estudantes em Coimbra, Aveiro e Algarve, as conversas abertas como em Braga ou outras acções marcadas como uma concentração no Porto e uma pintura de faixas na Covilhã, ficou claro, por todo o País, que aquilo que os estudantes precisam é de retomar o caminho de Abril no Ensino Superior, condição imprescindível para um ensino verdadeiramente público, gratuito, democrático e de qualidade, tal como a Constituição da República consagra.

 



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