Alcácer do Sal contra megaprojeto de exploração mineira
A Câmara Municipal de Alcácer do Sal deu parecer desfavorável ao projecto da Mina da Lagoa Salgada, após análise do Processo de Avaliação de Impacte Ambiental.
Preocupações que deverão ser levadas em consideração
O parecer foi emitido no âmbito da Consulta Pública, que terminou a 30 de Abril, e foi dado a conhecer ao executivo camarário em Reunião Ordinária realizada no dia 22 de Maio. Recorde-se que, já em 2020, o município havia emitido parecer desfavorável quanto a este projecto.
Segundo o documento remetido pelo município à Agência Portuguesa do Ambiente, concluiu-se que existe «um conjunto de preocupações que deverão ser levadas em consideração sobre o projecto de instalação de exploração mineira (denominada “Mina da Lagoa Salgada”) na área abrangida pelo contrato de prospecção e pesquisa» e o que se pretende é que «seja garantido que os impactes negativos respeitantes à implantação do projecto não agravem a situação ambiental, social e económica do concelho de Alcácer do Sal».
O documento indica que as «grandes preocupações do município se prendem com os recursos hídricos, nomeadamente a manutenção da qualidade e quantidade da água actualmente disponível na área envolvente face aos impactes do futuro projecto e dos efeitos esperados das alterações climáticas», vincando que «o projecto não poderá colocar em causa o abastecimento de água para consumo humano, assim como a saúde humana dos vários aglomerados urbanos existentes na envolvente».
Refere-se, em tom de conclusão, que «não se deve contabilizar apenas os efeitos económicos positivos, pois estes só poderão ser considerados positivos se forem benéficos para toda a comunidade local».
A Mina da Lagoa Salgada, um projecto da Redcorp – Empreendimentos Mineiros, pretende explorar minérios (cobre, chumbo, zinco, prata e ouro, entre outros) num espaço de sete mil hectares que abrange a Freguesia de Torrão (Alcácer do Sal) e a União de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra. A Agência Portuguesa do Ambiente já havia chumbado o projecto de exploração em 2019.