Dia 4, protesto contra o genocídio do povo palestiniano volta a Lisboa
A solidariedade com o povo palestiniano voltou a fazer-se ouvir em Lisboa e no Porto, nos dias 23 e 21 de Maio, respectivamente. Um novo desfile está agendado para a próxima quarta-feira, 4 de Junho, pelas 18h00, entre o Largo do Chiado e a Rua 1.º de Dezembro, em Lisboa.
Solidariedade em Lisboa e no Porto
Na sexta-feira, 23 de Maio, centenas de pessoas concentraram-se no Rossio, em Lisboa, para expressar a sua solidariedade com o povo palestiniano e condenar, de forma veemente, todos os que, por acção ou omissão, são cúmplices da agressão genocida de Israel contra a Palestina.
Durante a iniciativa, Manuel Rosa leu um poema de Judite Almeida, dando depois lugar às intervenções de Julie Neves (CPPC), Dinis Lourenço (CGTP-IN), Carlos Almeida (MPPM) e Inês Reis (Projeto Ruído), em representação das organizações promotoras. Ali esteve presente uma delegação do PCP, com Paula Santos, da Comissão Política do Comité Central, entre outros dirigentes.
Também no Porto, a 21 de Maio, centenas de pessoas assinalaram os 77 anos do Nakba – que em árabe quer dizer «catástrofe» ou «desespero», referindo-se à limpeza étnica de árabes da Palestina, a partir de 1947 até ao presente – e manifestaram o seu apoio ao povo palestiniano. A iniciativa, na Praça da Palestina, incluiu pinturas pela paz e a actuação dos Savana Blues Trio, com poemas de Mahmoud Darwich recitados por Iolanda Oliveira. A apresentação esteve a cargo de Joana Machado, do Projecto Ruído, e contou com intervenções de João Rouxinol (CPPC), José António Gomes (MPPM) e Filipe Pereira (CGTP-IN).
Nas diversas intervenções, foi reafirmada a exigência do fim da ocupação israelita, do cessar imediato do genocídio e do reconhecimento do Estado da Palestina, conforme as resoluções das Nações Unidas.
Encontro pela Paz no Seixal
No próximo sábado, 31 de Maio, os Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal acolhem o IV Encontro pela Paz. O evento decorrerá entre as 10h30 e as 17h00, em plenário, e contará com a participação de diversas organizações e personalidades convidadas a intervir sobre três eixos principais: Paz e Desarmamento, Cultura e Educação para a Paz e Solidariedade e Cooperação. O encontro encerrará com um Desfile pela Paz.
PCP condene a criminosa política de ocupação
Em nota do seu Gabinete de Imprensa de 23 de Maio, o PCP alerta para o facto de os crimes de Israel contra o povo palestiniano atingirem «proporções inauditas», que «configuram um autêntico genocídio na Faixa de Gaza», face aos «bombardeamentos» e «constantes ataques aéreos israelitas», ao «bloqueio à entrada de água potável, alimentos, medicamentos e outros bens essenciais», ao «uso da fome como forma de agressão contra a população», à «sistemática e total destruição de habitações, de hospitais e de outras infra-estruturas básicas», à «proclamada intenção de ocupar militarmente todo o território e de expulsar o povo palestiniano da sua terra, a Palestina».
Intolerável
O Partido considera mesmo «intolerável» que ao fim de 20 meses «prossigam impunemente os crimes sionistas». «Foi Israel que em 18 de Março retomou a via da guerra, pondo fim ao cessar-fogo que havia sido acordado e que estava a permitir a libertação dos detidos por ambas as partes», recordam os comunistas, considerando «gritante» a «vergonhosa e hipócrita indiferença por parte dos EUA, da UE e da NATO perante as atrocidades israelitas, que, para além de não as condenarem de forma contundente e clara, pelo contrário vendem armas, atribuem financiamentos, prosseguem normais relações comerciais, dão cobertura política a Israel, sendo cúmplices dos seus monstruosos crimes».
Cessar-fogo
Para o PCP, são urgentes «acções imediatas e firmes que ponham fim, sem mais demoras, aos massacres e às acções militares, assegurando a entrada urgente e sem restrições de bens de primeira necessidade e de auxílio médico, implementando um cessar-fogo permanente, assim como a total retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza e o fim dos seus ataques na Cisjordânia e em Jerusalém Leste» e que «se solucione a questão de fundo, criando o Estado da Palestina, determinado pela ONU há décadas, mas nunca concretizado dada a política de ocupação, colonização e agressão por parte de Israel, com o apoio dos EUA e seus aliados».
Silêncio cúmplice
Também o Governo português deve pôr «fim ao seu silêncio cúmplice perante o brutal desrespeito dos direitos humanos e do direito internacional por parte de Israel, e de que forma firme e clara condene a criminosa política de ocupação, colonização e agressão israelita, exija o fim imediato do genocídio e o cumprimento dos direitos nacionais do povo palestiniano, com a criação do Estado da Palestina e o respeito do direito de regresso dos refugiados palestinianos conforme determinam as resoluções da ONU», afirma o Partido.