Próximo artigo


Inspectores da ONU chegam a Bagdade
Iraque nega possuir
armas de destruição maciça

Saddam Hussein declarou que o seu país não possui armas de destruição maciça. As declarações foram feitas 48 horas antes da chegada a Bagdad dos primeiros inspectores de desarmamento da ONU.

Numa mensagem dirigida, sábado, ao Parlamento, o presidente iraquiano afirmou que a aceitação da resolução 1441 da ONU «conduzirá à verdade, porque, o Iraque desfez-se de todas as armas de destruição maciça».

Saddam justificou a aceitação da resolução, apesar da recomendação do Parlamento em recusá-la, manifestando a vontade de não dar um pretexto aos EUA e ao Reino Unido para atacar o seu país.

Segunda-feira, os inspectores de desarmamento da ONU chegaram a Bagdad para reatar o processo de busca de armas de destruição maciça alegadamente em poder do Iraque.

No mesmo dia, o chefe da Comissão da ONU para a Inspecção, Vigilância e Verificação do Desarmamento no Iraque, Hans Blix, assegurou que, apesar de todas «as pressões e constrangimentos», os elementos da equipa estão preparados para o trabalho.

Às autoridades iraquianas foram dadas três semanas para fornecer todas as informações sobre as armas de destruição maciça de que presumivelmente dispõem ou provas convincentes de que já não as possuem.

Comentado as recentes posições dos EUA, o antigo presidente norte-americano, Jimmy Carter, declarou que os Estados Unidos devem dar o exemplo, para poderem pedir o desarmamento do Iraque e da Coreia.

«Uma das coisas que o Governo dos Estados Unidos ainda não fez foi tentar respeitar os esforços internacionais que visam interditar os arsenais de armas biológicas, de que nós próprios dispomos», adiantou Jimmy Carter.

Violação territorial

No domingo, o Iraque exigiu da ONU que parem as «violações» do espaço aéreo iraquiano por parte de aviões norte-americanos e britânicos no Sul do país, numa mensagem enviada a Kofi Annan.

«Reitero-lhe o meu pedido de agir junto da Missão de Observação da ONU para o Iraque e o Kuwait (MONUIK) para que ela informe o Conselho de Segurança sobre as violações da zona desmilitarizada pelos aviões norte-americanos e britânicos», refere o chefe da diplomacia iraquiana, Naji Sabri, na mensagem a Annan.

«Estas violações são contrárias às resoluções do Conselho de Segurança e constituem um terrorismo de Estado e uma agressão flagrante contra a soberania e a integridade territorial do Iraque», exprime a mensagem.

Entretanto, sete iraquianos morreram, domingo, e outros quatro ficaram feridos durante os ataques norte-americano e britânico ao Iraque, indicou um porta-voz militar iraquiano.

«Não à guerra no Iraque»

Mais de 10 mil pessoas manifestaram-se, domingo, em Bruxelas para protestar contra um possível ataque militar ao Iraque. Os manifestantes criticaram o presidente norte-americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon.

«Não à guerra no Iraque, libertar Palestina», «Bush, Sharon, assassinos», ou «Não ao sangue pelo petróleo», eram alguns dos lemas gritados pelos manifestantes, muitos dos quais também transportavam bandeiras palestinianas.

A manifestação foi organizada por vários sindicatos, como o da Federação Geral de Trabalhadores da Bélgica (FGTB) e o da Confederação de Sindicatos Cristão da Bélgica (CSC).

«Avante!» Nº 1512 - 21.Novembro.2002