USL indica 554 casos sem resposta

IGT tem que actuar

No distrito de Lisboa, há 554 solicitações de sindicatos que, de 1999 até agora, estão sem resposta da Inspecção Geral do Trabalho, denuncia a USL/CGTP-IN.

Se os patrões não cumprem, devem ser prontamente sancionados

A União dos Sindicatos de Lisboa entregou, na semana passada, ao inspector geral do Trabalho, um levantamento de problemas expostos à IGT e que continuam sem resposta. Recorda a USL que «a violação sistemática dos direitos dos trabalhadores, consagrados nas convenções colectivas e na lei, continua a ser o caminho preferido de diversas entidades patronais, para acentuarem a exploração e pôr em causa o exercício dos direitos de cidadania no interior das empresas».
Perante a falta de capacidade de resposta da IGT e a morosidade dos tribunais, «são várias as entidades patronais que persistem, impunemente, em não cumprir com as suas obrigações legais e em cometer ilegalidades, perante a conivência dos sucessivos governos».
Afirma a USL que «num quadro em que a correlação de forças é desfavorável aos trabalhadores, nada justifica a ausência de resposta da IGT, acabando a sua inacção por contribuir para a manutenção das ilegalidades e a desregulação das condições de trabalho».
Ao fim de «20 anos de solenes declarações, feitas por quem governa este país, sobre a importância do reforço da IGT», a União considera «lamentável» que aquele organismo «continue a não ter a capacidade de intervenção inspectiva que as relações sociolaborais merecem e exigem». É que, salienta-se no documento entregue ao inspector geral do Trabalho, «só é possível estabelecer um equilíbrio das relações laborais nos locais de trabalho, se a legislação e as convenções colectivas forem respeitadas e se, no caso da sua violação, houver uma intervenção rápida e adequada por parte da IGT».
À exigência de revogação das normas gravosas do Código do Trabalho e de «alteração do modelo de desenvolvimento baseado nos baixos salários, na precariedade, no trabalho desqualificado e no incumprimento dos deveres de algumas entidades patronais para com os trabalhadores», a USL junta a reclamação do reforço do papel interventivo da IGT.
Para tal, a União apresenta medidas concretas em três pontos:
- garantir a autonomia da IGT e o reforço dos meios técnicos e humanos, adequados a uma intervenção com rapidez e qualidade nos processos de inspecção e sancionamento;
- assegurar a responsabilização pela intervenção imediata em situações graves, como despedimentos ilícitos, salários em atraso, proibição da actividade sindical, acidentes de trabalho;
- articular a intervenção da IGT com a acção de outros sistemas de inspecção (fiscais, actividades económicas, Segurança Social, SEF).

Os piores

Das 554 situações denunciadas à IGT, a União dos Sindicatos de Lisboa destaca, «pela negativa»:
- 46 casos de não pagamento de salários e subsídios,
- 8 encerramentos de empresas,
- 86 violações de horários de trabalho,
- 28 casos de violação da Lei da Greve (o exemplo mais recente foi o da intervenção da PSP no Hotel Marriott para dar cobertura à entrada ilegal de pessoas estranhas à empresa para substituir grevistas),
- 37 infracções na área da saúde, higiene e segurança no trabalho,
- 1 acidente de trabalho mortal, numa empresa de construção civil, em Abril de 2005,
- casos de repressão sobre dirigentes e delegados sindicais, com despedimentos ilegais (como sucedeu na Cimpor, Dyrup, Cimianto e Barraqueiro) e discriminação salarial e profissional,
- violações da lei sindical e
- uma «multa» patronal a um trabalhador da Impala.


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