O ruinoso «negócio» dos SWAP

Apure-se responsabilidades

O PCP defende o envio às autoridades competentes do relatório final sobre a comissão parlamentar de inquérito aos contratos SWAP, para «apuramento de eventuais responsabilidades civis ou criminais».

«Perante os elementos recolhidos pela comissão de inquérito dos SWAP ao longo dos últimos seis meses, é justo concluir que quer o anterior Governo, quer o actual, têm profundas responsabilidades políticas por mais um negócio ruinoso para o Estado e altamente lucrativo para a banca», afirmou o deputado comunista Paulo Sá, dia 29, em conferência de imprensa no Parlamento.

«A culpa não pode morrer solteira», considerou o parlamentar comunista, aludindo aos elementos, factos e documentação recolhidos pela comissão de inquérito aos SWAP contratados por empresas públicas e às audições por aquela realizadas nos últimos seis meses. Diligências que no entender do PCP permitem identificar os «responsáveis por mais um escândalo em que a banca lucra e os portugueses pagam».

Para além da «óbvia responsabilidade dos governos do PS e do PSD/CDS-PP», segundo Paulo Sá, «há ainda responsabilidades que têm de ser atribuídas aos gestores de empresas públicas que recorreram à celebração de contratos SWAP de natureza especulativa, com motivações que iam muito além da simples cobertura de risco de taxa de juro». Para o PCP é claro que não tendo tais contratos celebrados por empresas públicas, especulativos ou não, sido submetidos a visto prévio do Tribunal de Contas, «são ineficazes e implicam a responsabilidade dos gestores» que os aprovaram.

Paulo Sá apontou ainda o dedo aos mecanismos de supervisão das instituições financeiras, não tendo dúvidas de que falharam, permitindo nessa medida que a «banca disponibilizasse produtos tóxicos às empresas públicas».

«Tornou-se claro ao longo das audições que muitos membros dos conselhos de administração de empresas públicas não possuíam a capacidade técnica para identificar os riscos associados aos SWAP contratados, nem para avaliar a adequação desses produtos às necessidades das suas empresas», referiu o deputado comunista, concluindo assim que «actuando no mercado como investidores qualificados, as empresas públicas celebraram, na realidade, contratos SWAP desequilibrados, extremamente favoráveis à banca e lesivos do interesse público».

O que também só foi possível graças à «promiscuidade entre o poder político e o poder económico, nomeadamente a banca, e um quadro de ausência de controlo político por parte de sucessivos governos», acusou Paulo Sá, que lembrou em concreto como etapas negras deste processo a cobertura dada pelo governo PS à «proliferação» da prática de contratação de SWAP, o travão tardio à celebração de novos, a que se juntou a demorada e mal direccionada actuação do Governo PSD/CDS-PP, que viria a negociar um cancelamento que custou 1008 milhões de euros, em vez de «utilizar todos os meios legalmente admissíveis para promover, consoante os casos, a declaração de nulidade ou a anulação dos contratos», como o PCP sempre defendeu.



Mais artigos de: Assembleia da República

Há alternativa à política de desastre

O PCP vai interpelar o Governo dia 19 na AR sobre as funções sociais do Estado e os serviços públicos. Defendê-los é «defender a democracia», sublinharam os deputados comunistas, apontando razões para uma das muitas iniciativas aprovadas nas suas Jornadas Parlamentares realizadas esta segunda e terça-feira no Algarve.

Bases sólidas e credíveis para uma política alternativa

 

Foram mais de centena e meia as propostas do PCP de alteração ao OE para 2014, abrangendo as mais diversas áreas, Trabalho, Segurança Social, Administração Pública, Habitação, Saúde, Educação, Cultura, bem como matéria fiscal.

Embora sem nenhuma espécie de ilusão quanto à possibilidade de este terceiro OE do Governo PSD/CDS-PP ser reformável ou susceptível de inflexão nas suas linhas mestras, a bancada do PCP não desistiu de tudo fazer para minorar os terríveis efeitos das medidas naquele contidas e que, inevitavelmente – se nada for feito –, se abaterão de modo implacável sobre a vida de milhões de portugueses, em particular dos trabalhadores e reformados.

Mas a batalha dos deputados comunistas não se esgotou neste plano. O conjunto coerente e articulado de propostas que apresentou no debate teve ainda o mérito de pôr em evidência o quanto é falsa a tese do Governo de que não há alternativa à política por este lavada a cabo. Há alternativa, sim senhor, há soluções credíveis para os problemas, há uma outra visão para o futuro do País. O que os deputados comunistas comprovaram, uma vez mais, com as suas propostas (e foi muito significativo que o PS tenha acompanhado a maioria PSD/CDS-PP na rejeição de muitas delas), é que um outro rumo é não só possível como absolutamente necessário para tirar Portugal do atoleiro em que a política de direita, extremada com a receita da troika, o mergulhou.

É essa mudança e sentido transformador que respira nas propostas e palavras dos deputados comunistas, como adiante se verá.

 

Pilares para reduzir a despesa

Assumindo a necessidade absoluta de romper com o pacto de agressão e a política de direita, as propostas do PCP têm ainda a determiná-las como vector essencial uma outra política económica e uma mais justa distribuição da riqueza, defendendo os salários, as...

É trabalhar até morrer

 

A maioria PSD/CDS-PP aprovou, com os votos contra de todos os partidos da oposição, a alteração à lei de bases da Segurança Social que permite um aumento da idade de reforma já em 2014 para os 66 anos.

Coartada acção de deputados

O PCP requereu a presença do ministro da Administração Interna na AR para prestar esclarecimentos sobre os factos ocorridos há uma semana, à saída das instalações dos CTT em Cabo Ruivo, às primeiras horas da greve que nesse dia afectou o funcionamento da...

PCP promove audição

O PCP promove no dia 10 uma audição pública sobre o regime de uso e transformação do solo e as alterações legislativas ao ordenamento do território e de urbanismo.