Propostas do PCP de alteração ao OE para 2014 comprovam existência de outro rumo para o País

Pilares para reduzir a despesa

Assumindo a necessidade absoluta de romper com o pacto de agressão e a política de direita, as propostas do PCP têm ainda a determiná-las como vector essencial uma outra política económica e uma mais justa distribuição da riqueza, defendendo os salários, as pensões, as prestações sociais e as funções sociais do Estado. É com base nestes princípios que deve ainda ser visto o papel nuclear de três das suas propostas que permitem a redução da despesa do Estado não à custa dos trabalhadores e do povo mas travando a drenagem de dinheiro para os poderosos, a banca e os grandes grupos económicos. Tais propostas, como sublinhou o líder parlamentar comunista João Oliveira, permitiriam em simultâneo compensar o aumento da despesa que decorre das restantes medidas defendidas pelos deputados comunistas na esfera do Social, Trabalho, Saúde, Educação e Cultura.

Trata-se, em primeiro lugar, da renegociação da dívida estabelecendo como limite para o pagamento de juros, em 2014, um montante máximo correspondente a 2,5% do valor das exportações (1660 milhões de euros), o que na estimativa do PCP resultaria numa poupança de 5664 milhões de euros. A segunda proposta traduz-se na extinção e reversão da Parcerias Público-Privadas (PPP), daí advindo uma poupança de 1645 milhões de euros. A terceira proposta materializa-se na anulação dos contratos SWAP e respectivas perdas potenciais, com a qual se obteria uma poupança de 1225 milhões de euros.

A redução da despesa do Estado poderia assim chegar a um montante entre 6100 e 8600 milhões de euros.

 

 



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Há alternativa à política de desastre

O PCP vai interpelar o Governo dia 19 na AR sobre as funções sociais do Estado e os serviços públicos. Defendê-los é «defender a democracia», sublinharam os deputados comunistas, apontando razões para uma das muitas iniciativas aprovadas nas suas Jornadas Parlamentares realizadas esta segunda e terça-feira no Algarve.

Bases sólidas e credíveis para uma política alternativa

 

Foram mais de centena e meia as propostas do PCP de alteração ao OE para 2014, abrangendo as mais diversas áreas, Trabalho, Segurança Social, Administração Pública, Habitação, Saúde, Educação, Cultura, bem como matéria fiscal.

Embora sem nenhuma espécie de ilusão quanto à possibilidade de este terceiro OE do Governo PSD/CDS-PP ser reformável ou susceptível de inflexão nas suas linhas mestras, a bancada do PCP não desistiu de tudo fazer para minorar os terríveis efeitos das medidas naquele contidas e que, inevitavelmente – se nada for feito –, se abaterão de modo implacável sobre a vida de milhões de portugueses, em particular dos trabalhadores e reformados.

Mas a batalha dos deputados comunistas não se esgotou neste plano. O conjunto coerente e articulado de propostas que apresentou no debate teve ainda o mérito de pôr em evidência o quanto é falsa a tese do Governo de que não há alternativa à política por este lavada a cabo. Há alternativa, sim senhor, há soluções credíveis para os problemas, há uma outra visão para o futuro do País. O que os deputados comunistas comprovaram, uma vez mais, com as suas propostas (e foi muito significativo que o PS tenha acompanhado a maioria PSD/CDS-PP na rejeição de muitas delas), é que um outro rumo é não só possível como absolutamente necessário para tirar Portugal do atoleiro em que a política de direita, extremada com a receita da troika, o mergulhou.

É essa mudança e sentido transformador que respira nas propostas e palavras dos deputados comunistas, como adiante se verá.

 

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