Reerguer a ferrovia

«A fer­rovia tem fu­turo. Com o PCP, Por­tugal nos carris» foi o lema da au­dição pro­mo­vida pelo Par­tido, no dia 20, com mem­bros de or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas dos tra­ba­lha­dores. Em vá­rias in­ter­ven­ções, in­cluindo a do Se­cre­tário-geral do PCP, de­nun­ciou-se a grave si­tu­ação em que se en­contra a fer­rovia em Por­tugal, de­vido à acção des­trui­dora de su­ces­sivos go­vernos do PS, PSD e CDS: en­cer­ra­mento de cen­tenas de qui­ló­me­tros de li­nhas e ra­mais; aban­dono e des­guar­ne­ci­mento de es­ta­ções e ape­a­deiros; abate de grandes quan­ti­dades de ma­te­rial cir­cu­lante; re­dução brutal do nú­mero de tra­ba­lha­dores e ataque sis­te­má­tico aos seus di­reitos; corte de ser­viços e com­boios.

Como re­sumiu Je­ró­nimo de Sousa, trata-se de uma po­lí­tica de «pul­ve­ri­zação do sector fer­ro­viário, com o ob­jec­tivo de en­tregar os seus troços mais ape­te­cí­veis ao grande ca­pital e que agora se am­plia com a des­truição da Refer no quadro da sua fusão com a Es­tradas de Por­tugal». A su­bor­di­nação da EMEF às mul­ti­na­ci­o­nais do sector e a li­qui­dação da CP Carga são ou­tros as­pectos desta ofen­siva.

Na sessão ficou claro que o PCP tem al­ter­na­tiva também para o sector fer­ro­viário, desde logo a con­cre­ti­zação de al­guns dos eixos cen­trais da po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda: a de­fesa da pro­dução na­ci­onal, a re­cu­pe­ração para o Es­tado do con­trolo dos sec­tores e em­presas es­tra­té­gicas, e a de­fesa da so­be­rania. Sendo ver­dade que a mai­oria das em­presas do sector estão ainda no sector pú­blico, também o é que «estão todas em pro­cesso de pri­va­ti­zação ou “ex­ter­na­li­zação” de ac­ti­vi­dades». O re­a­gru­pa­mento do sector sob um co­mando «único e pú­blico» é outra das pro­postas.

Je­ró­nimo de Sousa ex­plicou ainda a origem da dí­vida das em­presas do sector: ela re­sulta, por um lado, da «dí­vida his­tó­rica do Es­tado à CP e à Refer», e por outro de uma «dí­vida im­pu­tada ile­gi­ti­ma­mente ao sector fer­ro­viário e que deve ser re­cu­sada».




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