Entrevista a Joaquim Santos, actual presidente e de novo cabeça-de-lista à Câmara Municipal do Seixal

«Temos um programa eleitoral fantástico para o Seixal»

DE­SEN­VOL­VI­MENTO Dando con­ti­nui­dade ao re­co­nhe­cido pro­jecto au­tár­quico da CDU, o Seixal vai ter mais infra-es­tru­turas, di­nâ­mica, pro­dução, ri­queza e em­prego.

A Câ­mara do Seixal está hoje mais pre­pa­rada para os de­sa­fios de fu­turo

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O Seixal con­tinua a ser uma re­fe­rência no País?

Este é cada vez mais o ca­minho a se­guir. Somos uma re­fe­rência em vá­rios do­mí­nios: qua­li­dade de vida, des­porto, cul­tura, lazer, nos ser­viços pres­tados, com uma po­lí­tica de es­querda e um pro­jecto au­tár­quico que ouve as po­pu­la­ções e conta com a sua opi­nião, para que façam parte das so­lu­ções.

 

O ac­tual e an­te­ri­ores man­datos fi­caram mar­cados por um in­tenso ataque ao Poder Local. Que con­sequên­cias teve no con­celho?

Em 2009, com o Plano de Es­ta­bi­li­dade e Cres­ci­mento IV, do go­verno de José Só­crates, a au­tar­quia co­meçou a ter uma quebra de re­ceita, que de­pois se agravou nos anos se­guintes com o go­verno PSD/​CDS-PP. Em 2012, para fazer face a essa quebra de re­ceita [mais de 100 mi­lhões de euros], fo­men­támos um Plano de Con­so­li­dação Or­ça­mental.

 

Fala-nos um pouco desse pro­cesso...

Re­jei­tando o Pro­grama de Apoio à Eco­nomia Local – que obri­gava a pôr o Im­posto Mu­ni­cipal sobre Imó­veis (IMI) na taxa má­xima, a du­plicar as ta­rifas da água, de sa­ne­a­mento e de re­sí­duos, a parar com os in­ves­ti­mentos nas co­lec­ti­vi­dades ou os apoios aos bom­beiros – cons­truímos a nossa pró­pria so­lução. Hoje, o con­celho tem as contas em dia, ca­pa­ci­dade de in­ves­ti­mento e de cres­ci­mento.

Em quatro anos, re­du­zimos a dí­vida em 36 mi­lhões de euros e ti­vemos saldos po­si­tivos acu­mu­lados de 16 mi­lhões de euros. Si­mul­ta­ne­a­mente, es­tamos a in­vestir mais e a con­tratar mais tra­ba­lha­dores.

 

Que in­ter­ven­ções des­tacas?

Neste man­dato, não só cons­truímos a Es­cola Bá­sica dos Re­dondos, em Fernão Ferro, como es­tamos a acabar uma em Santa Marta do Pi­nhal, em Cor­roios. No pró­ximo ano lec­tivo, te­remos 16 novas salas de jardim-de-in­fância.

Si­mul­ta­ne­a­mente, abrimos a Ofi­cina de Artes Ma­nuel Car­ga­leiro [pro­jecto ar­qui­tec­tó­nico da au­toria do Ar­qui­tecto Siza Vi­eira], e criámos o Con­selho Mu­ni­cipal de Cul­tura.

Para a ju­ven­tude, inau­gu­rámos o Centro de Apoio ao Mo­vi­mento As­so­ci­a­tivo Ju­venil, de­pois de re­qua­li­ficar a Es­cola Conde Fer­reira.

Es­tamos também a in­tervir num con­junto vasto de co­lec­ti­vi­dades. Das 50 exis­tentes, só duas ou três não vão ser alvo de re­qua­li­fi­cação ou cons­trução de novos es­paços.

 

E na área do am­bi­ente?

Es­tamos agora a pre­parar a re­qua­li­fi­cação do Centro Dis­tri­buidor de Água (CDA) de Bel­verde e a in­tervir nos Foros de Amora, numa an­tiga área ur­bana de gé­nese ilegal (AUGI), uma obra no valor de um mi­lhão de euros.

A 6.ª fase dos Mor­gados, em Fernão Ferro, fi­cará con­cluída neste man­dato. Ter­mi­námos todo o sa­ne­a­mento da Ma­risol. Na Ver­di­zela fi­zemos um troço cen­tral e já está ad­ju­di­cada uma in­ter­venção na­quele local de um mi­lhão de euros.

No sector da água, es­tamos a co­locar grandes con­dutas no Pi­nhal dos Frades e, de­pois das elei­ções, vamos avançar com três grandes in­ter­ven­ções; Ar­ren­tela, Torre da Ma­rinha-Casal do Marco e Vale de Mi­lhaços.

Para além disso, es­tamos a fazer o Parque Ur­bano dos Al­mei­rões, em Paio Pires. Também re­qua­li­fi­cámos os par­ques in­fantis em todas as fre­gue­sias.

 

Também houve grandes me­lho­ra­mentos na hi­giene ur­bana...

Nesta área, in­ves­timos 18,5 mi­lhões de euros neste man­dato. Ad­qui­rimos re­cen­te­mente um con­junto de veí­culos, pe­sados e li­geiros, que estão a ter bons re­sul­tados.

 

E as grandes obras do man­dato?

Cons­truímos a Praça Cen­tral da Torre da Ma­rinha, uma obra mui­tís­simo in­te­res­sante, que deu uma nova vida àquela lo­ca­li­dade.

Temos, de­pois, o pas­seio ri­bei­rinho e o nú­cleo an­tigo do Seixal. As obras po­de­riam ter ter­mi­nado em No­vembro de 2016 se o em­prei­teiro ti­vesse cum­prido o con­trato. Com um novo em­prei­teiro, de­verá estar con­cluída em Agosto. Esta in­ter­venção, de certa forma, é a con­ti­nui­dade do que temos vindo a fazer em redor da Baía do Seixal e vai per­mitir lançar ou­tros pro­jectos, no­me­a­da­mente aquele que as­si­námos com a Câ­mara do Bar­reiro: a Ponte Pe­donal e Ci­clável Seixal-Bar­reiro.

Com esta in­ter­venção, mar­camos de­ci­si­va­mente um mo­delo de re­ge­ne­ração ur­bana im­por­tante. Que­remos de­pois alargá-lo à Ar­ren­tela e à Amora, até à Festa do Avante!, e, de­pois, até Cor­roios/​Mi­ra­tejo.

 

O que é que foi feito pelo Poder Cen­tral?

Nestes quatro anos não fi­zeram nada.

 

Em que ponto está o hos­pital do Seixal?

Es­tamos tal como no início do man­dato, ou seja, o es­tudo, o pro­jecto e a ti­po­logia estão es­ta­bi­li­zados, falta lançar os con­cursos para os pro­jectos de exe­cução.

 

Que opi­nião tem a CDU re­la­ti­va­mente ao pro­cesso de des­cen­tra­li­zação de com­pe­tên­cias para as au­tar­quias lo­cais?

Somos, em prin­cípio, fa­vo­rá­veis. Na prá­tica, a pro­posta do Go­verno é ina­cei­tável, porque não con­cre­tiza nada.

 

Podes re­velar al­gumas das pro­postas da CDU para os pró­ximos anos?

Temos um pro­grama elei­toral fan­tás­tico, mui­tís­simo bom, com pro­jectos ne­ces­sá­rios e im­por­tantes para o con­celho.

Em Cor­roios, vamos fazer o parque ur­bano de Mi­ra­tejo, com vá­rios es­paços de fruição e lazer, que vai ligar o Nú­cleo da Olaria Ro­mana da Quinta do Rou­xinol [mo­nu­mento na­ci­onal clas­si­fi­cado, do sé­culo II], ao Moinho de Maré de Cor­roios, já re­cu­pe­rado. Vamos de­volver essa zona ri­bei­rinha à po­pu­lação de Mi­ra­tejo.

Na Amora vai ser cons­truído um novo quartel dos Bom­beiros Mistos, um in­ves­ti­mento de um mi­lhão de euros [400 mil euros pagos pela au­tar­quia]. Nesta fre­guesia, para além da náu­tica de re­creio, te­remos a re­qua­li­fi­cação do Es­tádio da Me­di­deira, que será, talvez, o me­lhor da re­gião de Se­túbal.

Também na Fre­guesia de Ar­ren­tela vamos fazer um parque ur­bano, junto à Criar-t, com uma quinta pe­da­gó­gica. Se, en­tre­tanto, vi­erem à posse da au­tar­quia mais ter­renos, no âm­bito do Plano de Por­menor da Torre da Ma­rinha, a ideia é levar esse parque até ao Fo­gue­teiro.

No Seixal, para além da ponte pe­donal e ci­clável que vai ligar o Seixal ao Bar­reiro, vamos pro­curar in­ves­ti­dores para o porto de re­creio, um in­ves­ti­mento na ordem dos oito mi­lhões de euros. Na praia da Ponta dos Corvos [área de re­serva eco­ló­gica] con­tac­támos todos os pro­pri­e­tá­rios para que pos­samos fazer um pro­jecto comum. Falta en­con­trar um con­ceito, fazer um es­tudo de vi­a­bi­li­dade e apre­sentá-lo junto de pos­sí­veis in­te­res­sados. São 80 hec­tares, frente a Lisboa, com uma praia, com um po­ten­cial enorme [des­portos náu­ticos, pesca, pe­des­trismo, ca­no­agem, etc.], que no pró­ximo ano vai ter qua­li­dade bal­near.

De­pois, vamos ter duas grandes am­pli­a­ções de es­colas (no valor de quatro mi­lhões de euros), uma das quais na EB de Paio Pires [a outra é a Quinta de Santo An­tónio, na Amora]. Nesta fre­guesia, para além da re­qua­li­fi­cação da Praça de Touros, que vai estar pronta ainda este ano, vai a con­curso uma pis­cina mu­ni­cipal.

Por úl­timo, em Fernão Ferro o CDA [que vai abranger uma po­pu­lação de cerca de 18 mil ha­bi­tantes, num in­ves­ti­mento de um mi­lhão e 400 mil euros], com todas as infra-es­tru­turas da res­pon­sa­bi­li­dade da Câ­mara, vai estar pronto num ano e falta fazer um pa­vi­lhão des­por­tivo. Esta fre­guesia pre­cisa ainda de mais uma es­cola bá­sica.

 

O de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico de base pro­du­tiva é uma área a ter em conta?

O Seixal tem um sector se­cun­dário forte [a Si­de­rurgia Na­ci­onal (SN), a Lu­so­sider, a Delphi, a Si­e­mens], e nós que­remos acen­tuar isso. Estão dis­po­ní­veis para a in­dús­tria, junto à SN, 537 hec­tares, do Es­tado, para o qual nos as­so­ciámos com Al­mada e com o Bar­reiro para fazer o Pro­jecto do Arco Ri­bei­rinho Sul. Se tudo correr bem, vamos ter no­vi­dades em Se­tembro, de uma nova em­presa pro­du­tiva, com muitos postos de tra­balho.

 

E o tu­rismo...

A nossa pre­sença em vá­rias feiras [in­ter­na­ci­o­nais] tem sido im­por­tante. É im­pres­si­o­nante a quan­ti­dade de pes­soas que pro­curam os stands do mu­ni­cípio, muitos in­ves­ti­dores.

Es­tamos a tra­ba­lhar para trazer tu­ristas ao nú­cleo an­tigo do Seixal e, a partir dali, dar a co­nhecer tudo o que temos no con­celho. Du­pli­cámos o nú­mero de pes­soas que vi­eram ao posto de tu­rismo e tri­pli­cámos o nú­mero de es­tran­geiros. A nossa es­tação náu­tica co­meça a estar nos vá­rios ro­teiros in­ter­na­ci­o­nais dos nautas.

Mas in­te­ressa-nos, também, que os tu­ristas que vão para Lisboa ve­nham co­nhecer o Seixal, que tem con­di­ções para ter oferta de dor­midas, gas­tro­nó­micas e de lazer di­fe­rentes das da ca­pital.

 

Como se con­segue isso?

Temos vindo a fazer algum in­ves­ti­mento. Co­lo­cámos nos mapas que são dis­tri­buídos no ae­ro­porto a men­sagem «Vi­site o Seixal». Em Abril [de 2017] ini­ciámos a Rota do Ba­ca­lhau, que con­siste em trazer, aos sá­bados, no va­rino «Amo­roso» – a maior em­bar­cação tra­di­ci­onal a na­vegar no Tejo – os tu­ristas do Cais dos Sodré até ao Seixal, para co­nhecer o nosso nú­cleo an­tigo, que ri­va­liza com qual­quer bairro de Lisboa.

 

A par­ti­ci­pação da po­pu­lação foi im­por­tante para con­cre­tizar todas estas pro­postas?

Neste man­dato re­for­çámos o mo­delo do Fórum Seixal, com 52 ini­ci­a­tivas, com mais de três mil con­tactos e con­tri­butos, e en­saiámos um outro mo­delo, o Fórum Seixal Lo­ca­li­dades, através do qual per­cor­remos 84 lo­cais. Desta forma, con­se­guimos per­ceber no con­creto as re­a­li­dades e estar mais pró­ximos das pes­soas. Também pre­ci­samos de estar no ga­bi­nete, porque há muitos pro­blemas que ali é pre­ciso re­solver.

De­pois temos os con­se­lhos mu­ni­ci­pais, onde estão as vá­rias ins­ti­tui­ções e par­ceiros. As po­lí­ticas sec­to­riais são cons­truídas com eles: o des­porto, a cul­tura, o am­bi­ente, a edu­cação, a ju­ven­tude. A so­lução passa por con­ti­nuar a rein­ventar a par­ti­ci­pação.




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