Guardas prisionais não se deixam intimidar e cumprem greve
e o sistema de avaliação, entre outras matérias. Avaliando a paralisação, que teve uma adesão de 75 por cento, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional considerou que o balanço é «muito positivo», tendo nomeadamente em conta o «despacho ameaçador do director-geral de punir disciplinarmente os guardas».
O arranque da greve foi marcado também por uma concentração que juntou dezenas de profissionais em frente do Ministério da Justiça.
«Nós estamos à porta do Ministério da injustiça, que é tudo menos Justiça. Este Ministério da Justiça gosta de nos ver em luta, gosta de nos ver em greve, em vez de resolver os problemas. A última vez que reunimos com a ministra da Justiça foi em Outubro de 2017 e as outras vezes, poucas, com a Secretária de Estado», criticou o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Jorge Alves, durante a vigília no Terreiro do Paço, em Lisboa.
Na mira do dirigente sindical esteve também o director-geral dos Serviços Prisionais, Rómulo Augusto Mateus, a quem acusou de «nada fazer» nestes oito primeiros meses de mandato, nem sequer meros «despachos de organização e uniformização de critérios».
«É um director-geral que tomou posse, mas não fez nada», declarou Jorge Alves, lamentando que não tenha havido «evolução» na resposta aos problemas da guarda prisional. Criticou ainda Rómulo Mateus por ter emitido um despacho a declarar, de forma «abusiva», que a greve é «ilegal», e por ameaçar os guardas em greve com faltas injustificadas e processos disciplinares.